Conselho Municipal de Política Cultural de Florianópolis

24/09/2013 - Cultura
Livro reúne histórias e fotos do Mercado Público
Patrocinada pela Fundação Franklin Cascaes, com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, obra terá distribuição gratuita

foto/divulgação: Danísio Silva

Mercado Público tem 114 anos

Considerado um dos principais cartões postais de Florianópolis, o Mercado Público resistiu às transformações urbanas e sociais ocorridas na cidade. Algumas delas são relembradas no livro Mercado Público e suas histórias, de Paulo Clóvis Schmitz e Danísio Silva, que registraram experiências vividas nos últimos 50 anos por comerciantes, lojistas, ex-funcionários e fornecedores do centenário entreposto comercial, inaugurado em 1899. O livro será lançado nesta quinta-feira (26), às 19 horas, na Fundação Cultural Badesc, na Capital.

 

Com 128 páginas, a publicação é patrocinada pela Secretaria Municipal de Cultura, por meio da Fundação Cultural de Florianópolis, com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura. A obra será distribuída gratuitamente a escolas, instituições culturais e bibliotecas da Grande Florianópolis, assim como ao público presente no evento de lançamento.

 

Na segunda edição o livro traz novas imagens e cerca de 30 textos com depoimentos, além de um histórico da edificação, que teve a primeira ala inaugurada em 1899. Também conta histórias engraçadas vividas por personagens ao longo das últimas décadas, lembra figuras marcantes que já morreram, e contextualiza a situação do Mercado Público ao atual momento em que o prédio histórico passa por novo processo de ocupação e reordenamento espacial proposto pela Prefeitura de Florianópolis através de edital de licitação.

 

Na beira do mar

 

O livro Mercado Público e suas histórias traz, entre outros relatos, depoimentos do comerciante Marcelo Jacques, membro de uma família que sempre foi ligada ao comércio de peixes. Tem ainda relatos de Laudêncio Pereira, que fabricava e trazia louças de barro da Ponta de Baixo, em São José, e de Amilton Maciel, o Dato, que plantava hortaliças no Saco dos Limões e vendia a sua produção nas bancas que durante muitos anos funcionaram no estabelecimento.

 

Uma das narrativas mais tocantes foi contada por Arante Monteiro (falecido em 2012), que trazia produtos nas costas desde o Pântano do Sul até o Saco dos Limões, onde tomava um ônibus para o Centro. Ou ainda, o depoimento da filha de Gedeão Mansur, Marlene, atualmente responsável pela loja aberta pelo pai em 1947.

 

Os entrevistados relatam suas experiências e relembram situações vividas no tempo em que o mar chegava até o Mercado Público, antes de ser feito o aterro nos anos 1970. Na época, os pescadores desembarcavam a carga junto às peixarias e os colonos traziam a produção do interior da Ilha ou de municípios vizinhos em carroças puxadas por cavalos.

 

Como naquela época não havia refrigeração nas peixarias, os produtos só eram comercializados frescos e as sobras tinham que ser inutilizadas todos os dias ao final da tarde. Por causa disso, fortaleceu-se o hábito da população de frequentar o local, fazendo do entreposto comercial um ponto de encontro entre vendedores, fornecedores e consumidores, tornando o espaço um patrimônio cultural da cidade.

 

 

O Quê: Lançamento do livro Mercado Público e suas histórias

            (Paulo Clóvis Schmitz e Danísio Silva)

Quando: 26 de setembro (quinta-feira) – 19h

Onde: Fundação Cultural Badesc

           Rua Visconde de Ouro Preto, 216, Centro, Florianópolis

Quanto: Gratuito


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