Assessoria de Políticas Públicas para Igualdade Racial e Combate a Intolerância Religiosa

25/07/2018 - Igualdade
25 de julho - Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha

foto/divulgação: PMF

Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americano e Caribenha

Apesar de corresponder a 53% dos brasileiros, a população negra ainda luta para eliminar desigualdades e discriminações. São cerca de mais de 97 milhões de pessoas e, mesmo sendo a maioria, a mesma continua sub-representada no Legislativo, Executivo, Judiciário, na mídia e em outras esferas. Em se tratando de gênero, o abismo é ainda maior. Apesar da baixa representatividade de mulheres negras na política e em cargos de Poder e de decisão, cada ascensão deve ser comemorada como reconhecimento.

Desde o ano de 1992 o dia 25 de julho se transformou em um marco internacional de luta e de resistência da mulher negra contra todas as formas de discriminação. A data foi criada a partir do primeiro Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, em Santo Domingos, República Dominicana.

Este dia busca dar visibilidade às situações de desigualdade racial e de gênero perpetrada contra as mulheres negras, ao mesmo tempo em que viabiliza o fortalecimento de muito de suas lutas, seja contra o racismo, o sexismo, a discriminação de classe, o preconceito ou mobilizando ações que fortalecem e resgatam organizações e grupos de resistência.

Ao falar sobre as urgências que se apresentam como lutas para as mulheres negras no Brasil, se destaca a questão da violência. No Brasil as mulheres negras atuam nas mais variadas frentes, entretanto, existe uma questão maior que une a todas que é a questão do machismo e da violência que vem matando inúmeras delas todos os dias, não sendo possível aceitar que tal situação decorrente de ações machistas e racistas se perpetue em nosso país. Salienta-se ainda, que a maior parte desses crimes ficam impunes, então mais do que qualquer outra bandeira, que também são importantes para a vida das mulheres negras, nós precisamos pensar o quanto elas estão sendo cruelmente vitimadas pelo feminicídio.

Ao longo do processo histórico não é difícil constatar que as mulheres negras sofrem de forma mais severa os impactos da cultura machista e da ordem global econômica injusta que continua tratando mulheres negras com discriminação à medida que não discute e não aplica critérios justos no âmbito salarial, nas oportunidades de emprego ou no acesso à educação de qualidade.

No contexto atual que revela a situação de violência que as mulheres, e de modo especial, as mulheres negras enfrentam, grupos, instituições e coletivos seguem trabalhando em um conjunto de ações para divulgar e denunciar essa dura realidade que persiste no decorrer dos séculos em toda América Latina e Caribe.

Desta feita, o Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha é uma conquista para que seja lembrada e fortalecida a luta dessas que ficaram, historicamente, à margem das discussões teóricas e políticas. As mulheres negras se fortalecem com essa data que marca o quanto estas pautas precisam ser analisadas a partir de outros recortes que não apenas os de classe e gênero. É preciso apontar o quanto o racismo atinge social e estruturalmente as mulheres negras, as colocando no centro da nossa própria história, contada até então, por outros interlocutores que não são aqueles que vivenciam os acontecimentos de forma real.

A Coordenadoria de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial da Prefeitura Municipal de Florianópolis parabeniza e se solidariza a todas as mulheres negras por esta data, ao mesmo tempo em que reconhece a necessidade de se estabelecer em nosso país políticas públicas efetivas de empoderamento e combate a todas as formas de discriminação sofrida pelas mulheres negras.