Secretaria Municipal de Educação
Nos dias 20 e 21 de novembro a Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis promove o XII Seminário da Diversidade Étnico-Racial. O evento ocorrerá das 8h às 17h no Centro de Educação Continuada da Secretaria, na Rua Ferreira Lima, nº 82.
As palestras, conferências, mesas de debate, apresentações de trabalhos de pesquisa, apresentação de experiências escolares e oficinas trarão a representatividade negra nos materiais pedagógicos e na literatura, destacando seu papel histórico e fundamental nos diversos aspectos que compõem o desenvolvimento do país.
Trata-se de um olhar que procura deixar de lado a visão colonial, ou seja, a imposição de uma cultura eurocêntrica, rompendo com as práticas excludentes nos espaços escolares.
Por isso, o tema do seminário é “Vozes diaspóricas: práticas pedagógicas decoloniais”. “Queremos problematizar o processo de implementação da educação das relações étnico-raciais e o ensino da história e cultura africana e afro-brasileira nas unidades”, declara Sônia Carvalho, uma das organizadoras do evento.
Serão discutidos durante o seminário assuntos como a política de educação das relações étnico-raciais, práticas pedagógicas em consonância com as diretrizes curriculares municipais para a educação das relações étnico-raciais; os avanços na produção acadêmica , as perspectivas e desafios acerca da implementação da Educação das Relações Étnico-raciais na rede municipal de ensino.
“O Seminário da Diversidade Étnico-Racial se afirmou no calendário municipal como um evento de formação, discussão, problematização, avaliação e proposição de ações voltadas à implementação de políticas de ações afirmativas na rede municipal de ensino de Florianópolis, explica o secretário de Educação Maurício Fernandes Pereira.
Consciência Negra
O Brasil é o segundo país do mundo em população negra, ficando atrás apenas da Nigéria. Trata-se de aproximadamente 54% dos brasileiros, erroneamente reconhecidos como minoria. Dia 20 de novembro é o dia Nacional da Consciência Negra, escolhida por marcar a data da morte de Zumbi dos Palmares, que lutou contra a escravidão no país no século XVI. A celebração relembra a importância de refletir sobre a posição dos negros na sociedade, e valorizar a importância de um povo que faz parte do desenvolvimento econômico e social, bem como da cultura Brasileira.
O povo africano tem em sua herança a diáspora africana, fenômeno histórico e social caracterizado pela imigração forçada de homens e mulheres do continente africano para outras regiões do mundo. A diáspora marcou a necessidade de um povo construir novas formas de viver a vida em terras brasileiras, forçando-os a reelabora suas tradições e crenças vindas d’ África. Os africanos tiveram que criar novas formas de ser, viver e pensar no mundo.
Programação
Terça-feira 20/11
- 8h às 9h: Credenciamento e café
- 9h às 09h30: Solenidade de abertura
- 09h30 às 10h: Apresentação cultura
- 10h às 11h30: Conferência de Abertura - Perspectivas e desafios da ERER no contexto atual - Jeruse Romão
- 11h30 às 12h: Debate
- 12h às 13h: Intervalo para almoço
- 13h às 15h30: Oficinas
Representatividade na literatura e nos brinquedos - Ministrantes: Sandra Pires e Tatiana Bernardes Mina
Práticas Pedagógicas Decoloniais - Ministrante: Celso Pereira Sanches
A escrita docente inspirada na Escrevivência - Ministrantes: Simone Ribeiro e Carol Carvalho
Fanzine - Ministrante: Bruno Simões
- 15h30 às 15h45: Coffee break
-15h45 às 17h: Relatos de experiência
1- ERER: Compartilhando saberes - Katia Regina Costa, Adriana de Souza Lamark e RassmeiaSuleman (NEIM Irmão Celso)
2- O que tem sido feito para diminuir o preconceito racial no Brasil? Uma trajetória de pesquisa - Elton Francisco (Núcleo EJA Continente I)
3- Uma aventura na África - Jaqueline de Souza Marta Adão (EBM Lupércio Belarmino)
Quarta-feira 21/11
- 8h30 às 09h30: Propostas pedagógicas e iniciativas de estudo
Vozes, corpos e saberes do Maciço - Karla Andrezza Vieira
Mobilidade social no Brasil oitocentista - Daniela Sbravati
Grupo de estudos ERER: uma experiência formativa - Ruth Mary Pereira dos Santos
- 9h30 às 10h: Debate
- 10h às 10h20: Coffee break
- 10h20 às 12h: Relatos de experiência
1- Mama África, uma viagem na história africana - Cátia Menezes Fagundes, Vivian Cariço, Carmen Lúcia Salvador (NEIM Celso Ramos)
2- Mosaico Literário: Uma experiência a partir da Matriz de ERER - Professora Rosileni da Silva (EBM Albertina Madalena Dias)
3- A presença africana em Desterro e a herança cultural africana na música brasileira - Luciano Castro - EBM Acácio Garibaldi São Thiago
4- Chega de preconceito: por uma escola sem racismo - JhenifferCrummenauer (EBM Albertina Madalena Dias/EBM Intendente Aricomedes da Silva)
- 13h30: Mostra de Cinema - Luiz de Vasconcellos F. Sobrinho
- 14h00 às 15h00: Palestra
Branquitude e Racismo Estrutural
Lia Vainer Schucman
- 15h as 15h15: Coffee break
- 15h15: Conferência de encerramento
O que significa descolonizar o currículo? - Celso Sanches
- 16h30: Apresentação Cultural - Maculelê – CEVAHUMOS
Maria Tomázia Coelho
A Escola Básica Municipal Maria Tomázia Coelho, situada no bairro Santinho, promove o Mês da Consciência Negra durante todo o período de novembro. A unidade busca proporcionar à comunidade escolar atividades para conhecer e promover o reconhecimento e valorização da história, cultura e identidade afro-brasileira e africana, estimulando o respeito às diferenças caracterizada pela riqueza de nossa diversidade étnico-racial e cultural.
A programação mensal conta com mostra de filmes, palestras, exposição permanente, oficinas, desenvolvimento do projeto “A Flor da Pele” e apresentações culturais, todas envolvendo a comunidade escolar.
O projeto flor da pele busca valorizar a beleza afro e empoderar as crianças negras. Inicia-se com a metodologia de rodas de conversas com os estudantes que se identificam afrodescendentes, nesse espaço todos podem trocar experiências, narrar situações de preconceitos em que foram vítimas e buscar soluções coletivas para lidar com essas situações.
A iniciativa visa ajudar os estudantes a deixarem o ideal de beleza de lado e ajuda-lás a assumisse como negro em uma postura corajosa.
“Assumir uma identidade fora dos padrões impostos além de valorizar a naturalidade, é também uma ferramenta contra o preconceito. Ser negro não é ser menos que o outro, é saber que você é tão importante quanto o outro”, explica a professora Edneia Dias.
Vale lembrar que além de ressaltar a beleza natural, a utilização do cabelo crespo é também uma espécie de resgate a identidade e suas raízes: “o nosso cabelo tem história, o nosso cabelo é resistência”, completa Edneia.
Em um segundo momento, essas crianças passam por um dia de beleza, com profissionais cabeleireiros, maquiadores, figurinistas. Após a produção dos modelos, entram em cena, fotógrafos profissionais que capturam imagens da garotada. O resultado desse processo é apresentado à comunidade por meio de uma exposição fotográfica ressaltando a beleza negra em sua essência.
“Com uma programação ampla e abrangente, pretendemos levar aos alunos e a toda comunidade, um debate necessário contra o preconceito racial”, conta a professora.
Programação
16 (sexta-feira) | APRESENTACÃO CULTURAL | Matutino e Vespertino - Recreio | Frente do refeitório
Apresentação dos alunos de capoeira da escola
19 (segunda-feira) | MOSTRA DE FILMES | 3 primeiras aulas | Auditório
A vida secreta das abelhas (2008)
Vespertino:Turmas 82 e 72
APRESENTACÃO CULTURAL | Matutino ou Vespertino– Recreio | LOCAL
Capoeira – Maculelê Mestre Roseta
20 (terça-feira)| PROJETO “A FLOR DA PELE” + EXPOSIÇÃO ARTÍSTICAS | Matutino e Vespertino – 10h ás 17h15| Auditório
21 (quarta-feira) | Contação de Histórias Africanas - Profa. Camile| Salas de aula
| Apresentação de dança do 4º ano |Matutino| Hall de entrada
| Homenagem ao mestre Moá do Katendê |Vespertino| Hall de entrada
22 (quinta-feira) | Contação de Histórias Africanas - Profa. Camile| Salas de aula
27(terça-feira) | OFICINA | Vespertino – 14h30 e 16h13 | Biblioteca
Abayomi – Profa. Janice
28 (quinta-feira) | Contação de Histórias Africanas - Profa. Camile| Salas de aula
29 (quinta-feira) | PALESTRA | Matutino - 11h15| Auditório
Ações afirmativas: O que são e por que existem?
Turmas: 91 e 81
Maria Eduarda Quirino
Graduanda em Administração Empresarial
ESAG/UDESC - Universidade do Estado de Santa Catarina
Bolsista do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros