Secretaria Municipal de Educação

21/03/2019 - Educação
Prefeitura de Florianópolis implanta EJA na sede da Aflodef
Pessoas com deficiência física irão se alfabetizar e concluir o ensino fundamental

foto/divulgação: arquivo sme

Rosa Maria Madalena, Joloy Cesar da Silva. Atrás, Vera Regina Cardoso, Maria Maria Graça Pereira e Lucimar Manoel dos Passos (último )

A Prefeitura de Florianópolis implantou um polo da Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJA) na sede da Associação Florianopolitana de Deficientes Físicos (Aflodef). Por intermédio da Secretaria Municipal de Educação, o objetivo é que filiados ou não da entidade possam se alfabetizar e concluir o ensino fundamental. As aulas ocorrerão sempre na terça e quinta-feira, das 13h30 às 16h30, na sede da Aflodef, situada à Rua Rui Barbosa, 708, Agronômica.

 

Dos 10 estudantes iniciais, com idade que variam de 21 a 62 anos,nove utilizam cadeira de rodas ou muletas. Há um matriculado sem deficiência, uma vez que a ideia é permitir que o máximo de pessoas usufruam do mundo das letras. A inauguração do polo ocorreu nesta quinta-feira.

 

Os interessados em ingressarem na turma podem ligar para a Secretaria de Educação, nos telefones 3212-0925, 3251-6102, ou para Aflodef, 3228-3232.

 

Com esse grupo, o número de estudantes da EJA este ano já chega a 1.400 em suas mais diversas localidades.

 

Um diferencial desta modalidade de ensino, coordenado pela Secretaria de Educação, é que as matrículas são realizadas a qualquer tempo durante o ano letivo.

 

A Prefeitura busca tornar possível o acesso à educação a quem assim desejar, destaca o prefeito Gean Loureiro. “Fazemos levantamento de demandas em diferentes pontos da cidade, como centros comunitários e associações, por exemplo, para detectarmos demandas. Esse foi o caso da Aflodef”.

 

*“Somos capazes e inteligentes”*

 

José Roberto Leal, o Zezinho, presidente da Aflodef, destaca que a EJA não só proporcionará a oportunidade de pessoas com deficiência estudarem e conquistarem a formação na educação fundamental. Mas vai além. Irá inseri-las no mercado de trabalho. “Estamos sendo olhados com muito respeito pelo poder público”, acrescenta. “Nossos estudantes vão mostrar para a sociedade que somos capazes   e inteligentes”.

 

O secretário de Educação lembra que a proposta pedagógica da EJA tem a leitura como princípio educativo no primeiro segmento, correspondente ao período de consolidação da alfabetização e letramento.

 

No segundo segmento o princípio educativo é a pesquisa, diz Maurício Fernandes Pereira. Onde é possível a partir da problemática estabelecer um diálogo com as diferentes áreas do conhecimento.

 

Algo de bom e de novo

Seu Luiz Carlos dos Santos tem 62 anos. Seu sonho é aprender a ler e escrever. Filho de militar passou a infância toda sendo transferido de escola. Aos nove anos de idade parou de estudar, por isso nunca conseguiu se alfabetizar.

 

Luiz conta que está animado e preparado de corpo e alma para o curso na EJA. E que após a formação deseja tentar uma vaga no mercado de trabalho.

 

Rosa Maria Madalena, aos 49 anos, só sabe assinar o nome. Quer iniciar uma nova etapa na vida.  Tem vontade de ler livros, principalmente a bíblia. “Mas não sei ler, ainda. Com a EJA, algo de bom e de novo vai se passar comigo”, diz. “Estou curiosa e ansiosa para iniciar o curso”, complementa.


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