Secretaria Municipal de Educação

22/07/2020 - Educação
Projeto do Neim Doralice Teodora Bastos propõe para as crianças explorarem e aprenderem com cômodos de casa
As atividades valorizam o simples e buscam manter as memórias afetivas dos pequenos

foto/divulgação: Arquivo SME

Foto enviada pela mãe, Ariane Baiffus Borges, da filha Helena com o projeto “A casa enquanto território do nosso brincar”

Durante o período de isolamento social o atendimento as crianças da educação infantil está acontecendo de maneira remota e a casa se torna o território do brincar das crianças. Pensando desta maneira, a diretora Cláudia de Almeida ten Caten do Núcleo de Educação Infantil Municipal de Florianópolis Doralice Teodora Bastos, localizado em Canasvieiras, comenta sobre os desafios e desenvolvimento do trabalho que está sendo realizado. A unidade conta com 10 salas e 14 grupos entre parciais e integrais, com 276 crianças atendidas.

 

 

 

A iniciativa chamada ‘A casa enquanto território do nosso brincar’ iniciou em maio de 2020, e é um projeto coletivo dos professores do Neim. Esse material contém inúmeras atividades simples para serem experimentadas pelas famílias e seus integrantes. A proposta foi direcionada para valorizar as interações e o brincar como ferramenta de conhecer o mundo, tendo o adulto como parceiro e a casa um lugar a ser explorado, indicando novas possibilidades de enxergar o lar como um espaço de abrigo, afeto e de investigação na infância. Os profissionais levam sempre em consideração o contexto e os materiais disponíveis para cada faixa etária. “As sugestões são cuidadosas, exigem poucos materiais e são enviadas semanalmente”.

 

 

 

“Esse é um trabalho que a gente já tinha e que pode ser realizado também durante esse tempo de afastamento. A ideia não é elaborar grandes materiais, grandes brinquedos, mas sim o que tem em casa. Pensamos, quais os espaços que vamos trabalhar? O quarto, a cozinha, a sala. Os profissionais pensaram juntos, foi uma experiência muito legal, nos inspiramos em alguns materiais que já existiam e colocamos na proposta. A questão é a não necessidade de algo muito elaborado e sim do nosso cotidiano, o simples, que está do meu lado e eu já não enxergo mais”.

 

 

 

Manter as memórias afetivas tem inspirado a equipe durante esse período apesar dos desafios de utilizar a tecnologia para se aproximar das crianças. “Na reunião de trabalho, no grande coletivo, discutimos bastante e buscamos manter a mesma atenção e cuidado que a gente sempre teve, essa é uma das essências”.

 

 

 

De acordo com a Cláudia, manter essa relação direta e descontraída com as crianças e com os adultos que interagem mandando imagens é bem importante e a entrada dentro da casa de cada um deve ser algo muito respeitoso, de uma forma que elas se sintam acolhidas e respeitadas. “O retorno com as famílias é maravilhoso”, menciona a diretora.

 

 

 

As etapas desta proposta estão sendo enviadas no Portal Educacional disponibilizado pela Prefeitura de Florianópolis e por lista de transmissão no Whatsapp empresarial. Algumas reuniões e lives acontecem também pelo Google Meet.

 

 

 

O secretário de Educação Maurício Fernandes Pereira admira o trabalho que vem sendo realizado pela unidade. “A educação infantil não tem um tempo, porque a criança quando acorda e até a hora de dormir ela é criança e ela está se desenvolvendo e brincando. Isso é muito importante. A atividade da educação infantil é justamente todo o momento. As atividades mexem com tudo aquilo de mais valoroso da criança, que é a capacidade do despertar, da criatividade, do provar”.

 

 

 

Brincando e experimentando

 

 

 

Algumas propostas são realizadas em cada cômodo da casa, como na cozinha: salada de frutas com piquenique, tingindo arroz, colocar a mesa, separar os alimentos, brincar com as peneiras da cozinha, hora de fazer sopa, afunda ou flutua. No quarto as atividades são: acampar no quarto, era uma vez, eu me movimento, jogo das figuras geométricas e pista de carrinho. No quintal, iniciativas como: observação da vida no quintal, comedouro para passarinhos, boliche de latas e argolas. E por fim, brincadeiras em um “canto da casa”: vendinha, arte com papel rasgado e inventar histórias com desenhos no copo plástico.

 

 

 

“O trabalho conta com a elaboração de imagens, vídeos, mensagens e áudios das famílias para estar pertinho, mesmo à distância. Foram relembrando músicas, histórias e brincadeiras que aconteciam presencialmente”.