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Secretaria Municipal de Educação

02/05/2016 - Educação
Irmãos gêmeos, semelhanças e diferenças
Acompanhe esta e outras cinco histórias na série 'Os seis pares de gêmeos da rede'

foto/divulgação: Gabriel Valentim

A parceria entre os dois estampada no olhar de um para o outro.

Arthur e Beatriz possuem um laço que os une desde o nascimento. Gêmeos bivitelinos, providos da fecundação de dois espermatozoides em dois óvulos, apesar da pouca idade, apenas três anos, já demonstram uma grande personalidade. A Beatriz, ou Bia, como é chamada pelos colegas, é quem gosta de bater papo com todo mundo.

 

Brincar de boneca e dançar são as atividades preferidas. Arthur é mais tímido e reservado. Prefere correr ao ar livre, brincar com jogos de raciocínio e assistir a filmes. No entanto, quando um chora, o outro chora também.

 

Os dois atravessaram pela primeira vez as portas amarelas do Núcleo Municipal de Educação Infantil Otília Cruz, na Coloninha, no inicio de março deste ano. Por lá, já fizeram amizades e se adaptaram muito bem à nova atmosfera. A professora, Delba Ferreira, é quem passa a maior parte do tempo com a turma. Apesar de só conhecer os pequenos há poucos meses, já notou as semelhanças e diferenças entre ambos.

 

“Quando a Bia chega, a primeira coisa que faz é escolher uma bolsa. Ela adora bolsas! Brincar de cozinhar e fazer roupas com alguns panos que temos aqui também entram nas preferências. Já o Arthur brinca mais sozinho. Gosta de lego, observar as imagens nos livros e brincar com carrinhos”, informou.

 

'Me emociono muito ao falar deles. São tudo na minha vida'

 

É com a voz embargada que Mônica Eli conta sua história. Mãe da Bia e do Arthur, não segura a emoção ao lembrar com todos os detalhes do dia em que descobriu a gravidez. Foi em casa. Comprou um teste de farmácia ao suspeitar que houvesse alguma coisa diferente com o corpo. Após alguns minutos de ansiedade, o resultado veio. E a surpresa também.

 

Ela e o marido, Domingos Ferreira, tinham o sonho de se tornarem pais. Mas no ano de 2012 os planos eram outros. “Nós tínhamos essa vontade de aumentar a família, só que era uma realidade distante. Quando o resultado deu positivo, ficamos muito felizes. Fomos abençoados com dois bebês”, relembra Mônica.

 

Foi no quarto mês de gestação que ela, ao lado da mãe Carla, e de Domingos, que descobriu a dupla gestação. “O médico nos perguntou se estávamos preparados. Dissemos que sim. Então, ele contou que eram gêmeos. Um menino e uma menina”, diz a avó das crianças, Carla Martins.

 

Todos ficaram em choque; no entanto, a felicidade foi instantânea. E os preparativos para a chegada dos filhos deram inicio.

 

Na família, esse é o segundo caso. Por parte de pai, Mônica tem primas que são gêmeas. Na família do marido não há nenhum caso.

 

Ser mãe em dose dupla

 

A gestação de Mônica foi interrompida no sétimo mês. Por serem prematuros, os irmãos ficaram 40 dias na UTI neonatal, espaço reservado para tratamento de bebês prematuros ou bebês que apresentam algum tipo de problema ao nascer.

 

Para a família, foram dias de angústia. “Eu ia vê-los todos os dias. Amamentava. Ficava observando o jeitinho de cada um. Saía sempre com o coração nas mãos, por querer levá-los comigo”, relembrou.

 

Em casa, Mônica e Domingos deram conta do recado. Cuidaram dos filhos sozinhos. A mãe do casal comentou que, no começo, as dificuldades foram imensas. “Enquanto um chorava, o outro estava com fome. Era sempre muito corrido, mas ao mesmo tempo gratificante.”

 

Arthur e Bia são como todos os irmãos: brincam juntos, entram em conflito, mas se amam acima de tudo. A parceria fica estampada no olhar de um para o outro. Confidências trocadas em silêncio por quem está lado a lado desde o início da vida.

 

Nesta terça-feira (3), será a vez das pequenas Letícia e Eduarda. As duas são gêmeas idênticas, mas mesmo com a pouca idade já possuem personalidades diferentes.