Secretaria Municipal de Educação
O Prêmio Professor Nota 10 é o reconhecimento para aqueles profissionais que vão além, que procuram por outras vias tornar a aprendizagem mais atrativa, interessante e significativa. A declaração é de Barbara da Silva Borges, bicampeã do prêmio criado pela Secretaria Municipal de Educação, em parceria com a Câmara de Vereadores. Desta vez, com o projeto 'Matematizando o Mercado Público', na quinta edição da iniciativa.
Para a coordenadora do prêmio, Waleska Franceschi, “a cada edição nós somos surpreendidos com ações inovadoras, transformadoras e humanizadoras. A cada edição, percebemos a grandeza que é a rede de ensino da Capital”.
O Secretário de Educação, Rodolfo Pinto da Luz, sublinha que destacar esses trabalhos é uma forma de dar visibilidade aos projetos dos professores, além de motivar para que eles socializem as atividades que desenvolvem nas unidades da rede de ensino.
Trabalhos como o que foi realizado com os alunos da Escola Básica Municipal Mâncio Costa, de Ratones, que visitaram o monumento histórico no Centro da cidade. Tiraram medidas do comprimento do prédio histórico, produziram uma escala e depois desenvolveram uma maquete. Uma maneira de aplicar o conteúdo da disciplina de Barbara, Matemática, em situações do dia a dia.
Barbara recebeu na tarde desta segunda-feira, na sede do legislativo municipal, medalha e certificado, juntamente com outras quatro profissionais da rede de ensino: Janete Elenice Jorge, da Educação de Jovens , Adultos e Idosos –EJA (Costeira do Pirajubaé), ; Jaqueline de Souza Adão, da Escola Adotiva Liberato Valentim (Costeira do Pirajubaé); Sirlei de Oliveira, da Creche Franklin Cascaes (Ponta das Canas); e Francine Trindade , professora da Creche Poeta João da Cruz e Sousa (Areias do Campeche).
“Sou professora e continuo investindo e acreditando que é possível melhorar a realidade da educação e fico lisonjeada com esta premiação”, diz Barbara que também foi Nota 10 no ano passado.
“Por que a mulher negra ganha menos que a mulher branca na mesma função?”
Quem somos nós? Esse questionamento foi a largada para o desenvolvimento do projeto “A pesquisa e a leitura como princípios educativos no primeiro segmento”, do núcleo de Educação de Jovens, Adultos e Idosos – EJA Sul I, da Costeira do Pirajubaé.
Por essa pergunta, 15 estudantes, em alfabetização, criaram as suas, que se concentraram em exploração no trabalho, racismo, desigualdade social, preconceito e discriminação.
Surgiram, então, as indagações: “Por que a mulher negra ganha menos que a mulher branca na mesma função?” “Por que somos explorados no trabalho?” “O que é ser trabalhador?” “Por que os jovens acham que os idosos não podem estudar?”
Desta forma, com diversas atividades foram aperfeiçoadas as habilidades de letramento e o senso crítico da turma.
A responsável pelo projeto foi a coordenadora do núcleo da EJA, Janete Elenice, e a professora Maria Aparecida. Para Janete, esse prêmio é resultado de um trabalho coletivo, de profissionais comprometidos com o fazer docente. “Tudo isso para atender alunos que retornam às escolas em busca de um recomeço, de sonhos, e porque não dizer, de uma nova relação com a escola e com a sociedade”, acrescenta.
“Nosso objetivo ao concorrer ao prêmio era divulgar uma dentre tantas outras ações pedagógicas positivas que acontecem em todos os núcleos e polos da EJA. Há muitos trabalhos bons sendo desenvolvidos. Nossos alunos são criativos e críticos, e nossos professores querem fazer diferença e é deles esse prêmio”, finaliza.
Voar é preciso
Sirlei de Oliveira já havia ganhado o Nota 10 em 2014. Este ano, voltou a recebê-lo. Na Creche Municipal Franklin Cascaes, localizada em Ponta das Canas, a professora e as crianças, com idades entre 3 e 4 anos, deixaram de viajar por entre os corredores da unidade para voarem acima dela.
Após a turma ler a obra infantil “Um avião e uma viola”, da autora Ana Maria Machado, o grupo sentiu grande interesse em conhecer mais sobre o ar e as invenções aéreas, ainda mais que por lá é comum a turminha olhar pela janela e enxergar a presença de aviões, helicópteros, parapentes e outras criações que completam a paisagem.
Dessa forma, começou o projeto “Voar é preciso! Pequenos aventureiros desvendando o fenômeno do ar através das grandes invenções aéreas”. As coautoras são Silvana Souza da Silva e Juliana Vieira.
“O prêmio dá visibilidade ao trabalho do professor divulgando suas ações em prol de educação pública e de qualidade”, salienta Sirlei .
O Mistério do Gelo
Para Jaqueline de Souza Adão, o Prêmio Professor Nota 10 é um incentivo para que outros professores se inspirem a fazer um trabalho cada vez melhor. “É também, uma forma de reconhecer e valorizar o professor incentivando-o a progredir e criar maneiras de trabalhar que permitam aos alunos uma aprendizagem significativa”, destaca.
Sob a coordenação de Jaqueline, na Escola Básica Municipal Adotiva Liberato Valentim, a garotada embarcou em uma aventura pra lá de congelante. Os alunos do primeiro ano começaram a pesquisar sobre a vida de pessoas e animais que vivem nos lugares mais frios do planeta.
Como os ursos sobrevivem? Como é a vida dos esquimós? O gelo é doce ou salgado? Foram apenas algumas das questões levantadas pela turminha.
Ao longo do ano passado, os alunos narraram através de textos, desenhos, apresentações e fotos como é vida dos animais que habitam o Polo Norte, Antártica e outras regiões do planeta abaixo de 0ºC.
O projeto temático “A vida no gelo” teve como meta auxiliar na alfabetização e no letramento da criançada.
Os pequenos Leonardo da Vinci
Com apenas 5 e 6 anos, as crianças da Creche Poeta João da Cruz e Sousa já criaram releituras de pintores, a exemplo do brasileiro Luciano Martins, do holandês Van Gogh e do italiano Leonardo da Vinci. O projeto “Hora de imaginar, criar e recriar: brincando no mundo das artes”, partiu da professora Francine Trindade, que observou o grande interesse do grupo por diferentes manifestações artísticas, como a música, desenho, dança e fotografia.
Após explicar um pouco a biografia de cada artista, as crianças passaram a escolher quais temas gostariam de recriar. Segundo a professora, se o grupo estudou a respeito de um quadro, poderia ser feito um desenho, foto ou música inspirada nele.
O projeto, em parceria com Nelci Lima e Giselli Duarte, rendeu uma exposição aberta para toda a comunidade e contemplou todas as criações da turminha.
Segundo Francine, ter o trabalho reconhecido “nos faz também perceber que a dedicação e a superação dos obstáculos diários é compensada a cada objetivo proposto alcançado”. O projeto, para a professora, tem um significado que palavras não conseguem expressá-lo. “Não há como relatar o que ficou impresso na alma”.