Secretaria Municipal de Educação

18/05/2017 - Educação
Inspirada na luta do avô e dos pais, aluna quer ser a melhor oradora do Estado
Kauany Stein, da Batista Pereira, venceu a etapa local do concurso de oratória e já se prepara para o próximo desafio, em Concórdia

foto/divulgação: Silvana Stein

Kauany e os pais Silvana e Ivan

O avô materno de Kauany Stein, 14 anos, José Mário de Andrade, era representante comercial de calçados. Tinha um poder de conversa muito grande. A mãe e o pai também são batalhadores.

 

Em 2009, nem Silvana nem Ivan possuíam o ensino médio. Silvana formou-se em Pedagogia, em 2014, e o marido em Educação Física, em 2015. Depois de 20 anos fora da escola, ele obteve o melhor índice acadêmico do curso da Universidade do Estado de Santa Catarina, UDESC.

 

Com essas inspirações de herança, Kauany, que nasceu prematura de sete meses e ficou 31 dias na UTI do Hospital Regional de São José, tomou gosto pela fala, por se expressar e de encarar desafios.

 

Como estudante da Escola Básica Municipal de Florianópolis Batista Pereira, no Ribeirão da Ilha, venceu a etapa local do concurso “Oratória na Escola”, promovido pela Junior Chamber International (JCI), em parceria com a Prefeitura da Capital, cujo tema era: “Eu prefeito (a)”.

 

Agora, ela se prepara para representar a cidade na etapa regional, que ocorrerá em julho em Concórdia, Meio-Oeste catarinense. Se vencer, irá para São Bento do Sul, também no Estado, participar em outubro da final nacional. O concurso tem por meta incentivar os alunos a dominarem a arte de falar em público.

 

Kauany quer ser advogada, especializando-se em Direito Trabalhista. A escolha condiz com sua habilidade com a fala. “Pesquisando cursos, descobri que o Direito se encaixava perfeitamente comigo.”

 

“A rede municipal de ensino de Florianópolis tem levado para outros municípios do Estado e do país excelentes exemplos. É o caso  de Kauany, dedicada e que recebe o suporte da escola e da família. Estamos orgulhosos da nossa aluna”, sublinha o secretário municipal de Educação, Maurício Fernandes Pereira.

 

Cinco minutos decisivos

 

A garota terá de três a cinco minutos para discorrer sobre o novo tema: “O que é ter sucesso na vida”. Em análise, a emoção pela voz. Pronúncia, modulação, coerência, segurança e motivação fazem parte deste item. 

 

O conteúdo da mensagem é verificado por intermédio da fidelidade ao tema, argumento, estrutura do discurso, clareza das ideias e conclusão da fala. Vale ponto a expressão corporal: a postura do orador, os gestos, contato visual com as pessoas, mudanças na expressividade facial e posicionamento no palco.

 

Eu prefeita

 

A disputa local teve duas etapas: a primeira aconteceu dentro do colégio, quando a banca avaliadora escolhia o representante da unidade na competição. Já a segunda foi realizada com todos os representantes das escolas do município, no Centro Integrado de Cultura (CIC), no ano passado.

 

O concurso consistia em construir um texto com o tema “Eu prefeito (a)”, provocando nos alunos indagações sobre posturas, opiniões e como fazer a diferença na comunidade em que estão inseridos.

 

Além de treinar na sala de aula, para os colegas e a professora, ela se preparava inúmeras vezes em casa, com os pais como publico. “Treinei tantas vezes que meus pais até decoraram o texto comigo”, diz, brincando.

 

Aluna dedicada

 

Kauany, que estava no oitavo ano durante a etapa local, teve a orientação da professora de Língua Portuguesa Jaqueline Nair da Costa Nunes durante este processo. Segundo ela, a professora a auxiliava na construção do texto, corrigindo certos pontos.

 

Jaqueline conta que Kauany sempre foi uma aluna dedicada e não precisou de muita ajuda nesse período de preparação. “Minha contribuição iniciou quando sugeri que escrevesse o discurso e trouxesse para revisão.

 

Então, levei para casa e fiz pequenas sugestões de alteração de palavras. Daí em diante, foi lhe cedido espaço nas aulas para a prática do discurso”.

 

A professora sempre dava sugestões de possíveis mudanças e de acordo com ela, Kauany sempre estava aberta a ouvir as recomendações.

 

Nervos à flor da pele

 

Kauany ficou muito nervosa no dia da apresentação na segunda etapa local. “Quando cheguei lá, pensei que ia desmaiar”, relata. Mas quando chamaram o nome dela e lhe disseram que era a sua vez de apresentar, ela diz que subiu no palco, respirou fundo, e todo o nervosismo desapareceu.

 

Como prêmio, a menina recebeu um kindle, um aparelho para a leitura de livros online, e um curso de inglês gratuito, além da oportunidade de representar a cidade na etapa regional do concurso, em Concórdia, nos dias nos dias 14, 15 e 16 de julho.

 

Garota focada

 

Segundo a mãe, Silvana Carvalho de Andrade, que é professora substituta da educação infantil, Kauany já começou o treinamento para a nova disputa. “Ela treina três vezes por semana. São dois ensaios por noite”, conta.

 

O novo discurso já está escrito há dois meses sobre “O que é ter sucesso na vida”. Mas, está guardado a sete chaves, conforme a estudante.

 

Avô deixa tudo de lado para vir ao encontro da neta

 

A torcida é grande pela manezinha da Escola Batista Pereira. A mãe, 38 anos, e o pai, 44, já se planejaram para estarem em Concórdia.

O avô, 78 anos, mora em São José do Rio Preto, interior de São Paulo. Mas já disse à neta que não perderá a oportunidade de vê-la lutar pelo título de melhor oradora do Estado.

 

Também quer matar a saudade da netinha com a qual não se encontra pessoalmente há três anos. Deixará tudo de lado, aulas de teclado e curso de massagem para engrossar o coro de “#somostodoskauany”, juntamente com os colegas da estudante e professores.

 

 

 

 


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