Secretaria Municipal de Educação

11/05/2017 - Educação
Estudantes de Florianópolis conferem in loco República Juliana
Projeto é desenvolvido pela Escola Municipal Brigadeiro Eduardo Gomes

foto/divulgação: Greyce Bressan

Turma do nono ano em visita ao Museu Anita Garibaldi, em Laguna

"A República Juliana: a extensão da Revolução Farroupilha em Santa Catarina". Esse é o nome do projeto desenvolvido na Escola Básica Municipal de Florianópolis Brigadeiro Eduardo Gomes, localizada no Campeche. Para tanto, duas turmas do nono ano do ensino fundamental estiveram em Laguna.

 

Este município foi provisoriamente, no século 19, a capital da República Juliana, fundada pelos que comandavam, no Rio Grande do Sul, a Revolução Farroupilha, ou Guerra dos Farrapos, movimento contrário ao governo imperial brasileiro.

 

Para aprimorar o conhecimento adquirido em sala de aula, a historiadora e professora de Tecnologia Educacional, Greyce Bressan, acredita que a visualização ratifica e legitima aquilo que o educador se empenha para socializar e construir em ambiente escolar. “O impacto causado pela imagem, e neste caso, pela visitação aos pontos estudados, aproxima os alunos da história da região sul do Estado de Santa Catarina”, destaca.

 

O projeto foi iniciado em 2008, quando Greyce era professora substituta de História. Além dela, estiveram acompanhando a garotada na visita a professora Marize Fernandes, que leciona Geografia, e Adriana May de Aguiar, professora de História.

 

Em Laguna, foram estudados a localização geográfica, o contexto histórico que tem início com o “homem do Sambaqui” e os povos que correspondem ao período Pré-Cabralino. Também fizeram parte do projeto a análise do Tratado de Tordesilhas no Período Colonial que findava naquela região, a fundação da Vila de Santo Antônio dos Anjos de Laguna. Ela serviu de apoio à Colônia do Sacramento e compôs a América Portuguesa, que se delineava e visava a ocupação garantindo a defesa da região.

 

Outros pontos detalhados foram a extensão da Revolução Farroupilha (RS) à região lagunense, com o movimento separatista e, na sequência, a Proclamação da República Catarinense em Laguna e a história de Anita Garibaldi.

 

República Juliana

 

A Revolução Farroupilha ocorreu de 1835 a 1845 na província de São Pedro do Rio Grande do Sul. Os revoltosos buscavam mais autonomia para as províncias, baixa dos impostos cobrados no comércio brasileiro de couro e charque, além do fim da entrada desses produtos no Brasil, vindo de outros países a preços baratos.

 

Os revolucionários, sob às  ordens de Bento Gonçalves, em setembro de 185, tomaram a cidade de Porto Alegre. No ano seguinte, obtiveram outras vitórias contra as tropas imperiais. Foi proclamada a República Rio-Grandense.

 

Na região atual do estado catarinense, invadida pelos farrapos, em 1938, Lages foi declarada pertencente ao território gaúcho.

 

No dia 24 de julho de 1839 foi a vez de fundarem a República Juliana, cuja capital seria Laguna. Coube a Davi Canabarro e Giuseppe Garibaldi liderarem essa ação.  A República durou poucos meses, em 15 de novembro ela foi extinta. Houve um ataque violento de tropas do governo. Davi e Giuseppe conseguiram fugir.

 

O italiano Giuseppe Garibaldi veio para o Brasil especificamente para ajudar na revolução farroupilha. Foi em terras catarinenses que conheceu a sua companheira Anita. Juntos foram para o Rio Grande de onde partiram para lutar na Itália. Anita é considerada a Heroína de dois Mundos.

 

A revolução só terminaria em 1845, quando uma proposta de Duque de Caxias foi aceita. Foi concedida anistia geral, bem como reapropriação das terras confiscadas pelo governo e a incorporação dos oficiais revoltosos ao exército nacional. Todos os escravos envolvidos na luta foram libertados, além da criação de um imposto que rendia aos estancieiros gaúchos 25% sobre toda a carne salgada que viesse da região platina.


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