Secretaria Municipal de Educação

22/06/2017 - Educação
O amor pelo que faz não deixa funcionário se aposentar
Asemir João Francisco, o Mi, lotado na Escola Municipal Herondina Medeiros Zeferino, trabalha há 39 anos na prefeitura

foto/divulgação: Willian Marques Pauli

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Como um legítimo manezinho da ilha, Asemir João Francisco, o Mi, está muito antenado na pesca da tainha. Nascido e criado nos Ingleses, no Norte da Ilha de Santa Catarina, fica sabendo de todos os lanços antes de todo mundo e está sempre provido de informações fresquinhas para compartilhar com a comunidade.

 

O auxiliar de serviços gerais na Escola Básica Municipal de Florianópolis  Herondina Medeiros Zeferino, também é famoso por tocar o sinal de entrada, saída e dos recreios da unidade.

 

Funcionário da Prefeitura Municipal de Florianópolis há 39 anos, começou como servente de obras em 1976 e então foi chamado para trabalhar na antiga Escola Básica Municipal Gentil Mathias da Silva, onde ficou por 36 anos. Fazia o que ele chama de serviço pesado, além de capinar terreno e limpar vidros.

 

Com tanto tempo de prefeitura, já poderia estar aposentado. Por enquanto, porém, isso não é algo que passe pela cabeça dele, já que considera a escola sua segunda casa. Mi não é casado e nem tem filhos. Quando é perguntado o que faz para se divertir, apenas responde: “vou trabalhar”.

 

O mistério do molho de chaves

  

O que mais gera curiosidade na Escola Herondina é o molho com todas as chaves da unidade que o Mi carrega na cintura. Alguns acreditam que trata-se de zelo,  que ele quer ter os utensílios  em mãos para atender imediatamente os funcionários e crianças Para outros, ele tem medo que alguém pegue o molho e a escola fique sem as chaves. O certo é que todos sabem quando Mi está chegando, pelo barulho das chaves.

 

Gratidão

 

Mi é reconhecido por pais de alunos da escola, que elogiam o cuidado que ele tem com as crianças. “É preciso dar carinho para todas as pessoas para animar essa gente”, conta.

 

Alguns alunos conheceram Mi na antiga Escola Gentil Mathias da Silva e hoje continuam convivendo com o auxiliar na Escola Herondina. Esse é o caso de Victória de Oliveira e Valentina Floriano de Oliveira, ambas de 14 anos, estudantes do 9º ano.

 

Victória relata que os alunos nunca sabiam direito qual era a profissão ou função de Mi na escola, mas sabiam que ele sempre estava disposto a ajudar. “Eu lembro dele desde pequena, quando entrei no primeiro ano na antiga Escola Gentil Mathias da Silva. Ele sempre estava no portão e todo mundo o conhecia. Minha família tem ele como um grande amigo. Ele é muito querido por todos”.

 

Valentina concorda e acrescenta: “Quando a gente precisava de algo na sala de aula ele estava ali pronto para ajudar, mesmo sem ser algo da sua responsabilidade, como trazer uma carteira, um ventilador”.

 

O que mais encanta o diretor da Herondina Medeiros Zeferino, Willian Marques Pauli, é o respeito e admiração que os alunos e a comunidade têm pelo Mi. “Isso é algo que ninguém compra, pode apenas ser conquistado. Espero que ele continue conosco na escola por bastante tempo”, finaliza.

 

Para o secretário Municipal de Educação, Maurício Fernandes Pereira, o Mi é uma daquelas pessoas que todo mundo gostaria de ter por perto. “Um ser humano incrível, prestes a ajudar a todos com simpatia e humildade”.


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