Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes

25/10/2014 - Cultura
Festival encerra com peça infantil e homenagem
Troféu Isnard Azevedo será entregue neste sábado (25), às 16 horas, à professora e ex-diretora teatral Odília Carreirão Ortiga

foto/divulgação: Débora Branco

O Imprevisível Circo da Lua encerra mostra infantil às 16 horas, no CIC

A programação de 2014 do Floripa Teatro – 21º Festival Isnard Azevedo será encerrada neste sábado com quatro espetáculos e homenagem à professora Odília Carreirão Ortiga, que teve uma presença significativa como diretora e incentivadora do teatro na década de 1960 em Florianópolis. A partir de 1970, ela seguiu a carreira de professora de língua e literatura na graduação e pós-graduação da Universidade Federal de Santa Catarina.

 

O último dia da programação do festival começa às 11 horas da manhã com a Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, de Porto Alegre, um dos grupos convidados. Os gaúchos apresentam Onde? Ação nº 2, Largo da Alfândega, no Centro. Os atores fazem uma performance sobre a ditadura e o golpe militar, deflagrado há 50 anos no Brasil. A proposta é provocar o debate e a reflexão sobre a ditadura.

 

No Parque de Coqueiros, às 16 horas tem a peça Júlia, do grupo Cirquinho do Revirado, de Criciúma, encerrando a mostra de rua. Em cena, uma dupla errante, uma mulher e seu fiel escudeiro, dois excluídos pelos próprios excluídos e herdeiros de um circo incendiado.

 

No mesmo horário, no Teatro Ademir Rosa, além da entrega de troféu à professora Odília Ortiga, será apresentado O Imprevisível Circo da Lua, inspirado no cineasta precursor  George Meliés. No palco, os atores da Cia Paraladosanjos, de São Paulo, atuam em um picadeiro fantástico e neo-gótico que conta com a participação de personagens bizarros e com dramaturgia altamente visual e trilha sonora original.

 

O último espetáculo ocorre às 20 horas no Teatro do Sesc da Prainha, com Humor, do grupo Quatroloscinco, de Belo Horizonte. A peça parte dos diversos significados da palavra humor para explorar as manifestações corporais, os líquidos que correm dentro do organismo: nossos humores, os motores que nos fazem continuar existindo.  Humor  joga com as afetações e os estados emocionais para construir uma cena excêntrica, em um lugar indeterminado entre a comédia e o drama.

 

O festival ainda tem uma programação extra, levando dois espetáculos de Florianópolis em circuito para quatro cidades de 6 a 13 de novembro. As três irmãs, da Traço Cia de Teatro para Alto da Bela Vista (SC) e Quedas do Iguaçu (PR) e Eu confesso, do Grupo Armação, para Capivari de Baixo (SC) e Entre Rios do Sul (RS). A programação é gratuita e pode ser conferida em www.floripateatro.com.br.

 

A realização do Floripa Teatro – 21º Festival Isnard Azevedo é da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes com patrocínio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, Funcultural eTractebel Energia e com apoio do Centro de Artes da Udesc, Rádio Udesc, Janela Cultural, Alquimídia, Sesc/SC e Universidade Federal de Santa Catarina.

 

Homenagem

 

Formada em direito e em letras neolatinas, francês, português e literatura brasileira pela UFSC, a ligação da professora Odília Carreirão Ortiga com o teatro começou em 1959, quando fez parte do grupo fundador do Teatro Universitário de Santa Catarina, que teve uma produção intensa nos anos 1960. Dirigiu peças, excursionou, participou de festivais e incentivou atores, entre eles Zeula Soares e Édio Nunes.

 

Na década de 1960, Odília Ortiga atuou também como diretora de teatro em montagens do SESC, UFSC e SESI, onde teve sua última experiência teatral, com a peça “O Santo Inquérito”, de Dias Gomes, que estreou e se manteve em cartaz no TAC, além de ser apresentada para a comunidade operária na cidade de Blumenau. Entre os diversos espetáculos dirigidos por ela também tem destaque “O Auto da Compadecida”, de Ariano Suassuna, que fez longa temporada no Teatro Álvaro de Carvalho, com grande sucesso de público, além de uma inédita apresentação para os internos da Penitenciária do Estado.

 

Desde 2007, no encerramento do Festival de Teatro de Florianópolis é feita a entrega do Troféu Isnard Azevedo a profissionais da cidade, em reconhecimento à contribuição dada ao teatro catarinense. Já foram contemplados a professora Vera Collaço, o iluminador Carlos Falcão, a atriz Zeula Soares, o ator e professor José Ronaldo Faleiro, o ator e dramaturgo Antônio Cunha, o ator Édio Nunes e a atriz, cantora e arte-educadora Margarida Baird.


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