Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes

27/10/2014 - Cultura
Festival Isnard Azevedo poderá ser internacional
Evento encerrado no fim de semana deu visibilidade nacional a grupos de Florianópolis

foto/divulgação: Cid Junkes

Ex-diretora teatral, Odília Carreirão Ortiga, ao lado do ator Édio Nunes, recebe homenagem dos organizadores do Festival Isnard Azevedo

O Floripa Teatro - 21º Festival Isnard Azevedo, que ocorreu durante nove dias na última semana, consolidou o público de 20 mil espectadores por edição. O encerramento ocorreu no sábado (25), com a entrega do troféu Isnard Azevedo à professora Odília Carreirão Ortiga. Para o próximo ano a expectativa é ainda maior, com a possiblidade de integração de grupos do exterior em uma mostra internacional durante o evento.


Odília Carreirão Ortiga, homenageada do festival, teve uma presença significativa como diretora e incentivadora do teatro na década de 1960, em Florianópolis. A partir de 1970, ela seguiu a carreira de professora de língua e literatura na graduação e pós-graduação da Universidade Federal de Santa Catarina.


Internacional


Sulanger Bavaresco, diretora do Floripa Teatro, avalia que inicialmente poderiam ser convidadas duas ou três companhias da América para a mostra internacional. “Os principais festivais do Brasil contam com expressiva participação de grupos latino-americanos e o festival de Florianópolis pode ser inserido neste processo de aproximação com os países vizinhos”, diz.


O número de peças inscritas para as mostras saltou de 199, em 2013, para 416 neste ano, abrangendo teatro de rua, infantil e adulto, circo teatro e teatro musical. A credibilidade do festival de Florianópolis e o aumento do número de inscritos contribuíram para dar mais opções para a comissão de seleção, o que influenciou na qualidade dos espetáculos apresentados.


Para o secretário municipal de Cultura, Luiz Ekke Moukarzel, é importante levar em conta que a consolidação de um público de mais de 20 mil pessoas é o resultado, principalmente, do crescimento do festival tanto sob o ponto de vista da organização, como da qualidade dos espetáculos selecionados. “Quem ganha com isso é a cidade, o público. O teatro tem a natureza de provocar, instigar, e esse papel também foi cumprido.”


“É muito difícil fazer um evento dessa magnitude e isso só acontece graças à equipe que a gente tem”, avalia o presidente da Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes, João Augusto Valle Pereira. “É gratificante encerrar um festival desse porte com o respaldo da população. Fico muito feliz em ver as pessoas e, principalmente, as crianças no teatro. Acredito que tivemos o melhor festival de todos os tempos", diz.


Visibilidade


Criada neste ano com a proposta de ampliar a visibilidade das peças de teatro produzidas em Florianópolis, o festival inaugurou a 1ª Roda de Negócios Teatrais. Com a participação de 28 grupos, diretores, atores e produtores da Capital tiveram oportunidade de um contato direto com curadores dos principais festivais brasileiros.


Segundo a diretora do Floripa Teatro, a Roda aproxima os grupos com os festivais e favorece o reconhecimento da produção de Florianópolis em outros estados brasileiros. Ela acredita que essa conexão direta vai aumentar a visibilidade, já que representantes de outros festivais foram a assistir alguns espetáculos produzidos na cidade. Para 2015, já está agendada a 2ª Roda de Negócios.


Outra estreia deste ano, que também provocou um encontro produtivo entre jornalistas, críticos e produtores, foi a Mesa Crítica, que teve o objetivo de provocar reflexões escritas sobre realizações teatrais. Durante esta edição também houve uma ampliação do debate sobre os espetáculos, com textos produzidos tanto por profissionais da crítica como pelo público e publicados em jornais e nas redes sociais. Para 2015, uma das propostas é promover uma oficina de escritas teatrais.


Parceria


Na edição deste ano, a organização também oxigenou a parceria com as universidades de teatro. A 4ª Mostra Circuito Universitário em Cena, da Udesc, apresentou 11 peças e a UFSC estreou um circuito com três espetáculos, levando para o público de Florianópolis a dramaturgia produzida pelas novas gerações.


O festival ocorreu em 27 espaços culturais de Florianópolis, tanto no Centro da cidade como em comunidades do interior da Ilha e do Continente. Foram 38 espetáculos de 22 companhias de seis Estados, em mais de 80 apresentações. 350 profissionais estiveram envolvidos na produção.


A realização do Floripa Teatro – 21º Festival Isnard Azevedo é da Prefeitura de Florianópolis, Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes, com patrocínio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, Funcultural e Tractebel Energia e com apoio do Centro de Artes da Udesc, Rádio Udesc, Janela Cultural, Alquimídia, Sesc/SC e Universidade Federal de Santa Catarina.