Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes

07/09/2015 - Cultura
Armazém da Renda ganha a preferência do público
No final de semana, box das rendeiras recebeu muitos visitantes, que também aproveitaram outras atrações da agenda cultural

foto/divulgação: Dieve Oehme

Rendeiras trabalhando atraem olhares curiosos no Mercado Público

Mesmo com a chuva intermitente do fim de semana, milhares de pessoas escolheram as ruas do Centro Histórico como roteiro para as compras, a gastronomia e o lazer. E não se arrependeram. O ponto de parada preferido por quem circulou pela região central foi o tradicional Mercado Público, que ofereceu aos visitantes uma programação variada com música, boa comida e artesanato tradicional.

 

Embora algumas atividades ao ar livre não tenham ocorrido por causa da chuva, quem buscou atrações culturais no Centro, no final de semana, encontrou muitas opções para preencher a agenda. No sábado (5), o projeto Viva a Cidade levou um grande público aos sebos, brechós, lojas de antiguidades e food trucks, além da exposição artística na Galeria Municipal de Arte Pedro Paulo Vecchietti, nas imediações da Praça XV de Novembro.


Teve ainda exibição de filmes na Casa da Memória e artesanato de tradição no Armazém da Renda. Os dois espaços culturais, coordenados pela Secretaria Municipal de Cultura, também abriram no domingo (6).

Comércio movimentado


“Vim de São Paulo e minha vida já é dentro de shopping. Quando a gente viaja, quer conhecer a cultura da região. Essa experiência aqui foi muito legal”, disse o oftalmologista Rodrigo Rios, que participou de um congresso em Florianópolis e aproveitou o domingo com o Mercado aberto para fazer compras no último dia de visita à cidade. Além de conhecer o prédio histórico, ele conferiu produtos de renda de bilro e comprou uma peça para presentear a noiva.

 

O box das rendeiras teve movimento intenso nos dois dias chuvosos. Pelo menos 800 pessoas circularam pelo espaço e cerca de 30 peças de renda de bilro foram vendidas pelas artesãs, com valores variando de R$ 10 a R$ 300. “Tem sido bom, mas esse fim de semana surpreendeu em relação aos outros dias. Superou nossa expectativa”, comemorou a rendeira Elita Catarina Ramos, confirmando a abertura da loja em outro domingo, no dia 11 de outubro, quando o comércio local vai abrir novamente.

 

O Mercado Municipal também foi o destino escolhido pela funcionária pública Rejane Vígolo, que veio de Caixas (RS) com o marido para conhecer a capital catarinense. O casal percorreu a ala das peixarias e restaurantes, passou pela Casinha Açoriana com personagens típicos da Ilha, e fez compras na ala norte. “Eu não conhecia a renda de bilro. Encontrar tanta variedade aqui foi interessante. A cidade é linda e a receptividade das pessoas foi muito boa”, disse a gaúcha.

 

Cinema e exposições

 

A chuva também não desanimou a estudante de História da Educação, da Udesc, Natália Fortunato, que escolheu o sábado para curtir a cidade. Junto com o marido, ela participou da sessão do Cine Memória, onde assistiu a filmes relacionados ao trabalho do pesquisador e folclorista Franklin Cascaes. “Achei muito interessante. Vou me organizar para vir nas próximas sessões”, comentou.

 

Já o guia de turismo Rafael Jung, gaúcho que mora há cinco anos em Florianópolis, preferiu o domingo para passear no Mercado Público. No local, almoçou com a amiga, Grace Foinquinos, oftalmologista que visitava Florianópolis pela primeira vez. Depois de conferir os produtos nas peixarias, restaurantes e no Armazém da Renda, a dupla decidiu aproveitar a programação audiovisual na Casa da Memória.

 

“Achei interessante o documentário. A gente recebe muitos turistas como a Grace, que procuram informações sobre a cultura local porque não querem ver somente as belezas naturais da cidade. Pretendo utilizar as informações do documentário no meu trabalho”, explicou o guia. “Também gostei muito. Hoje aprendi sobre Cascaes, que jamais imaginei que tivesse existido”, complementou a turista, que mora em Recife (PE).

 

As sessões do Cine Memória vão acontecer semanalmente, aos sábados, às 14 horas, contribuindo para difundir um pouco da história e da cultura de Florianópolis, e para fortalecer o projeto de humanização do Centro Histórico. “Com essa programação semanal a gente pretende proporcionar às pessoas o contato com a linguagem audiovisual voltada à arte e à cultura. Queremos disponibilizar ao público o acervo da Casa da Memória e divulgar a produção catarinense e brasileira”, explicou o Secretário de Cultura Luiz Moukarzel, satisfeito com o movimento na região central.