Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes

24/04/2019 - Cultura
Espetáculo dança de salão 1717 é atração no 1º Libras em Dança
Apresentação ocorre no Teatro Ademir Rosa, do CIC nesta quinta-feira (25), mas evento segue até 29 de abril

foto/divulgação: PMF

1717

No ano de 1717, pescadores retiraram duas partes de uma estatueta das águas do rio Paraíba do Sul, região de Guaratinguetá (SP). Iniciava ali a construção do mais autêntico símbolo brasileiro de fé e devoção: Nossa Senhora Aparecida. É na trajetória da santa negra brasileira que o coreógrafo Ricardo Tetzner concretiza, quase 300 anos depois, o espetáculo de dança de salão “1717”, que leva para a cena a linguagem da Dança Teatro em sua concepção de criação, estética e investigação corporal. Em essência, é uma obra que traz a dança de salão para o campo da vanguarda e é fruto de extensa e profunda pesquisa. 
A montagem recebeu a Chancela Cultural e Artística do Pontifício Conselho do Vaticano logo após sua estreia em 2015 e foi levada a Roma no ano seguinte. No Brasil, foram mais de 40 exibições, incluindo uma temporada no Teatro Cacilda Becker (RJ). Foi também protagonista de um projeto social em escolas públicas de Florianópolis e abriu festivais em todas as regiões de Santa Catarina. 
A reapresentação, no Teatro Ademir Rosa, do CIC, dia 25 de abril, integra a programação do 1º Libras em Dança (LIBRAS - Língua Brasileira de Sinais), que será realizado entre 22 e 29 de abril em Florianópolis pelo Programa de Extensão Sinaliza UDESC: Arte e Formação, coordenado pela professora Natália Rigo. Durante o evento serão oferecidas oficinas e palestras para pessoas surdas, com excedente de vagas disponibilizado para a comunidade em geral. 
Ricardo Tetzner, diretor do espetáculo, salienta o protagonismo cênico da Libras, inserido no espetáculo, trazendo o silêncio para o universo da dança. Os bailarinos aprenderam a língua e usam Libras em todos os atos. “Percebemos a beleza poética de se falar com as mãos. Talvez por isso essa união tenha sido tão sublime. Afinal, um espetáculo cujo tema trata da identidade do brasileiro não poderia deixar de fora a segunda língua oficial do Brasil”, completa. Conforme Alexandra Klen, diretora da Dois Pontos, “é nesses detalhes que a companhia manifesta sua missão de educar e inovar através da arte, além de seus valores, como a diversidade”. 
A apresentação de “1717” é uma realização da Prefeitura Municipal de Florianópolis, através da Secretaria de Cultura, Esporte e Juventude, e Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes, viabilizada pelo Fundo Municipal de Cultura e financiada com recurso público oriundo do edital de apoio às culturas 2018.