Assessoria de Políticas Públicas para Mulheres e Igualdade de Gênero

25/11/2016 - Social
Mortes de mulheres são representadas por calçados
A exposição fez parte do ato público que marcou o Dia Internacional da Não-Violência contra a Mulher

foto/divulgação: Rafaela Martins

143 mulheres foram assinadas, vítimas de violência doméstica, em 2015

Um total de 143 pares de calçados femininos foi exposto sobre uma cruz de tecido pelo período de duas horas na tarde desta sexta-feira (25), no chão da Praça Fernando Machado, no Centro da Capital. Eles representaram simbolicamente as mulheres assassinadas em Santa Catarina no ano passado, vítimas de situações de violência doméstica.

A manifestação fez parte do ato público em memória destas mulheres que marcou o Dia Internacional da Não-Violência contra a Mulher instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), em Florianópolis, da qual participou a Coordenadoria Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres.

A coordenadora Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres, Dalva Kaiser, ressaltou a importância do ato. “A intenção foi chamar a atenção do quanto é preocupante, alarmante, esse número de mortes, e que é preciso articular e fortalecer o atendimento das mulheres em situação de violência, e prevenir a ocorrência de óbitos em decorrência disso”, enfatizou ela.

Agora, os quase 300 pares de calçados - que ao todo foram doados em apenas quatro dias de mobilização feita pelas organizadoras do evento - serão encaminhados para entidades que atendem a mulheres vítimas de violência. Entre eles, o que foi deixado pela coordenadora da bancada da mulher na Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina, deputada Ana Paula de Lima, no ato.

“Quando a gente não notifica, não faz ato desse tipo, as pessoas acham que está tudo bem, e não está. O ato demonstra que as nossas mulheres não estão protegidas, que as nossas mulheres estão sendo mortas. E mulheres não são coisas, mulheres não são posse”, reforçou a parlamentar.

A coordenadora Estadual da Mulher de Santa Catarina, Célia Fernandes, por sua vez, lembrou que os diversos tipos de calçados expostos, alguns mais coloridos, outros mais discretos, por exemplo, também simbolizam as diferenças entre as vítimas. “Elas foram assim diferentes umas das outras. Mulheres negras, moças, idosas, da orça, mães, solteiras ...”, comentou.

Já a representante do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, Carmem Ramos, destacou que Santa Catarina é o sexto Estado mais violento, em termos de violência contra a mulher. E que, ainda em 2015, foram mais de três mil casos de estupro, mais de 10 mil de lesão corporal e mais de 20 mil inquéritos levantados.

Ato público

O ato público foi proposto pelo Conselho Estadual dos Direitos da Mulher de Santa Catarina. Mas organizado em parceria com a Coordenadoria Estadual da Mulher de Santa Catarina, a Coordenadoria Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres e o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Florianópolis. Ele integra a programação da 8ª edição da Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, em Florianópolis.


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