Secretaria Municipal de Saúde
Artigo publicado na Revista Epidemiologia e Serviços de Saúde, publicação do Ministério da Saúde, aponta que as hospitalizações por condições sensíveis à Atenção Primária, em Florianópolis, caíram 38,1% de 2005 a 2011. As internações por condições sensíveis à atenção primária (ICSAP) podem ser consideradas um indicador da qualidade de assistência à saúde. O índice mostra que os cuidados adequados no momento oportuno, realizados pelas equipes de Saúde da Família, podem reduzir ou extinguir o risco de hospitalizações, prevenir o surgimento de doenças ou permitir seu manejo adequado.
O artigo, publicado recentemente, foi elaborado a partir da dissertação de Mestrado Profissional de Saúde Pública Baseada em Evidências, intitulada “Internações por condições sensíveis à atenção primária no município de Florianópolis-SC, de 2001 a 2011”, defendida por Vinícius Paim Brasil junto ao Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), em 2014.
Além de avaliar a tendência das taxas de internações por condições sensíveis à atenção primária no município, o estudo verificou sua correlação com o investimento financeiro em saúde e a cobertura populacional pela Estratégia Saúde da Família (ESF). O coeficiente da regressão foi de 0,97, apontando para diminuição de 3% ao ano na taxa de ICSAP, aumento de três vezes na cobertura da Estratégia de Saúde da Família e de sete vezes nos investimentos financeiros per capita em saúde, passando de R$67,65 (2001) para R$471,03 (2011).
Ainda segundo este estudo, a ESF é considerada “um modelo mais equitativo na atenção às necessidades da população, ao demonstrar relação inversa entre hospitalizações por condições sensíveis à atenção primária e serviços ambulatoriais estruturados”.
Os investimentos financeiros apresentaram relação inversa à taxa por internações: na medida em que aumentavam os recursos, diminuíam as hospitalizações. O aumento dos investimentos nos 11 anos avaliados coincidiu com a expansão e consolidação da ESF em Florianópolis, de uma cobertura de 33,3% em 2001 até 89,3% no fim de 2011. No ano passado, segundo o Ministério da Saúde, a Estratégia Saúde da Família da Capital conquistou 100% de cobertura da população da capital catarinense.