Secretaria Municipal de Assistência Social

17/10/2019 - Social
Curso de maricultura com pessoas em situação de rua tem aula prática no Ribeirão da Ilha

foto/divulgação: Ana Schoeller

Pessoas em situação de rua | Curso de maricultura

A Prefeitura de Florianópolis está oferecendo desde segunda-feira o curso de auxiliar de maricultura para pessoas em situação de rua. As aulas são teóricas pela manhã e práticas à tarde e proporcionam aos alunos a realidade em que podem trabalhar futuramente. 

Ao longo desta semana, em aulas na Passarela da Cidadania, eles aprenderam sobre fisiologia de ostras, formas de reprodução, manejo, legislação dos locais de produção, características de ostras e mexilhões e muito mais. Já a aula nesta quinta-feira, 17, diferente dos outros dias, foi no Ribeirão da Ilha, que tem como tradição o cultivo de mexilhões. Para chegada ao local, a Prefeitura os deslocou através de um micro-ônibus. Todos os 11 participantes desceram e encontraram um almoço caprichado oferecido pela Associação de Maricultores do Sul da Ilha. O cardápio foi risoto de marisco com uma salada fresca, cultivados ali mesmo para os alunos já se ambientarem com os produtos locais. 

Após a refeição, os grupos foram divididos para debulhar mexilhões, amarrar velas e entender onde ficam as lanternas nos long-lines em um passeio de balsa. Todos colocaram literalmente a mão na massa, como Florisvaldo Felix da Rocha, em situação de rua há 6 meses. Mineiro, de 47 anos, começou uma nova fase. “Minha expectativa é arrumar um novo emprego e começar um novo capítulo da minha história”, diz. 

A data marcou também a vida de Deyvid, de 36 anos. Há 7 meses em situação de rua, é natural de Florianópolis e conta sobre a dependência química que o levou a esta situação. Hoje, após não fazer mais uso de drogas, reflete sobre a importância do aprendizado “O curso me proporcionou uma autoestima muito grande que a dependência química havia tirado”. Deyvid é serralheiro de profissão e trabalhou pela última vez em 2018. Começou as aulas para conhecimento próprio, mas se interessou e agora vê a maricultura como uma possível profissão. 

O curso está sendo proporcionado pela Secretaria de Assistência Social, Instituto de Geração de Oportunidades (IGEOF), Superintendência de Pesca, Maricultura e Agricultura de Florianópolis, Epagri e Associação de Maricultores do Sul da Ilha. Tem a duração de 36 horas, 32h de auxiliar de maricultura e 4h de boas práticas de manipulação de alimentos com certificado emitido pela Epagri. 

Amanhã, serão elaborados currículos para os participantes, além da entrega dos certificados de conclusão. Florianópolis conta com sete abrigos para pessoas em situação de rua com vagas provisórias e fixas. Os locais possibilitam atendimento psicossocial, alimentação, doação de roupas e incentivo para reinserção no mercado de trabalho.


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