01/08/2015 - SC - Eventos
Saco dos Limões recebe a 53ª Prefeitura no Bairro
Ex-combatente procura o prefeito para agradecer pelo que ele tem feito pela cidade

foto/divulgação: Petra Mafalda/PMF

Presença de público foi grande

Ele tem 97 anos, combateu na 2ª Guerra pela Força Aérea, fala num tom muito baixo e é extremamente lúcido e independente. E não se incomodou em perder alguns minutos na fila para conversar com o prefeito Cesar Souza Junior nesta 53ª edição do Prefeitura no Bairro, que aconteceu no Saco dos Limões, no sábado.

 

Cláudio Pedro da Silva não pediu nada. Disse apenas que queria agradecer ao prefeito pelo que ele está fazendo pela cidade, mas aproveitou a viagem até a praça Abdon Batista para tomar emprestados dois livros da barraquinha do projeto Floripa Letrada, que acompanha as edições do Prefeitura no Bairro: para não perder as raízes aeronáuticas, escolheu “Aviões do Futuro”, mas se interessou também pelo transporte marítimo e emprestou “Marinha Soviética”.

 

“O senhor é um exemplo para muita gente”, disse o prefeito, que se emocionou com a visita e prometeu visitar o pequeno museu com artefatos bélicos que o ex-combatente mantém em casa, ali mesmo no bairro.

 

Cláudio foi uma das 20 pessoas que se inscreveram para falar diretamente com o prefeito nesta edição do projeto. Pela procura maior do que o normal, o Prefeitura no Bairro deste sábado estendeu-se por mais de um hora além do previsto.

 

Do lado de fora, o Caminhão do Peixe – “uma peixaria ambulante de alto nível”, na opinião do secretário municipal da Pesca, Maricultura e Agricultura, Paulo Henrique Ferreira – vendia postas de cação, camarão e casquinha de siri. Um grupo infantil mostrava as artes do folclore, representando o boi de mamão, com a maricota e a bernunça a tiracolo.

 

No atendimento interno paralelo, a OAB Cidadã, o CREA, a Casan e o Instituto Geral de Perícias, que agendava horários para interessados em obter a carteira de identidade.

 

Na mesa reservada ao prefeito, crianças de uma escolinha de futebol pediam ajuda da Prefeitura para alugar um campo para as aulas, Janara Dias Rosa pedia vistoria da Defesa Civil para a eventual construção de um muro de contenção nas proximidades de sua casa, cujo barranco escorregara na última chuva.

Perto da natureza

O prefeito também atendeu ao filósofo e trilheiro Rodrigo Dalmolin, de 37 anos, que demonstrou preocupação que não se restringe ao bairro e que se expande para o turismo em toda a cidade. Ele solicitou a retomada do processo de implantação do Programa Roteiro do Ambiente. 

 

Segundo Dalmolin, que já escreveu dois livros sobre trilhas em Florianópolis, o projeto feito por entidades da categoria em conjunto com a Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram) passou pela elaboração teórica em 2014 e a expectativa é de iniciar a próxima fase, em que as propostas previamente estabelecidas vão ser colocadas em prática em prática.


"A ilha é a capital turística do Mercosul. A maior parte dos turistas procura a cidade para o lazer que envolve o contato com a natureza. Mas, as condições precárias das trilhas podem oferecer riscos para o turistas e isso precisa de mudanças", explica o especialista em trilhas. 


Preocupado com a situação de áreas de lazer e também de preservação ecológica, o prefeito ficou com uma cópia do documento e também solicitou a Floram uma reunião com grupo de trabalho do programa para retomar o estudo da aplicação do programa. "Precisamos propor soluções práticas para colocar o projeto em ação e levar mais segurança e conforto para quem utiliza as trilhas", disse.


Segundo o diretor de fiscalização da Floram, Bruno Palha, na reunião prevista para a terça-feira (4) as entidades envolvidas serão convocadas para participar e mostrar as propostas. "A ideia é dar sequência às atividades e verificar a possibilidade de execução. Com a parceria da comunidade, vamos conseguir oferecer melhor adequação para as trilhas e maior segurança aos usuários", explicou. 

 

Após a conversa, Dalmolin disse que o encontro foi um motivo de comemoração. "Se não fosse a Prefeitura no Bairro não conseguiria falar com o prefeito. Esse contato é fundamental e é uma abertura que nunca existiu. Se não abraçarmos em conjunto os projetos que são de interesse da sociedade, vão ficar na gaveta", afirmou. 


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