14/01/2017 - RESIDUOS - Comcap
Mutirão implanta bosque de frutíferas no Parque Jardim Botânico
Pela manhã, 117 visitantes participaram da revitalização da horta medicinal e do plantio de 80 mudas de árvores frutíferas

foto/divulgação: Adriana Baldissarelli

Prefeito Gean Loureiro finaliza mutirão com plantio de pau-brasil

Mesmo sob o sol e calor de 30 graus, 117 pessoas estiveram no Parque Jardim Botânico de Florianópolis na manhã deste sábado (14) para implantar um bosque de árvores frutíferas e dar manutenção à horta medicinal.  O prefeito Gean Loureiro finalizou o mutirão com o plantio de muda de pau-brasil doada pelo casal Telma Fernandes Coutinho Oliveira e Mauro Hennemann. Telma trouxe a muda da Bahia e a ambientou em seu jardim até ter a opotunidade de fazer a doação.

 

“Sou aficcionada por plantinhas, trago-as como lembranças dos lugares, é um prazer saber que será plantada pelo prefeito e que ela vai ficar aqui, bem cuidada, para que a comunidade possa usufruir da beleza dessa árvore que deu o nome ao nosso país”, disse Telma. O pigmento do pau-brasil, lembrou o artista plástico ilhéu Laércio Luiz, serviu para tingir as vestes vermelhas do Vaticano. A madeira também foi muito usada para fazer os cargos de violino, observou Hennemann que, com a filha Marina Coutinho Hennemann, plantou uma oliveira no bosque.

 

Referência em ecoturismo


O prefeito Gean Loureiro conhece de perto a história da área cedida pela Epagri para a instalação do Parque Jardim Botânico. Lembrou que os 20 hectares já estiveram com a Fatma, depois voltaram para a Epagri. “Temos de assumir juntos, Prefeitura de Florianópolis, Comcap, Epagri e transformar o parque numa referência em ecoturismo. Por meio de parceria público privada, vamos buscar empresas que queiram investir na implantação do Jardim Botânico mantendo essa característica de ambiente para o convívio da sociedade. De um lugar onde as pessoas possam conhecer o ciclo dos resíduos orgânicos, valorizar o conhecimento sobre as plantas e sobre o manguezal”, apontou.

 

Apadrinhamento das árvores


Das 130 mudas disponíveis, foram plantas 80 nesse sábado e as demais serão durante a semana. O novo presidente da Comcap, Carlão Martins, disse que cada exemplar terá uma plaquinha com o nome da pessoa que plantou e vai cuidar da árvore. “Daqui a 10 anos, a Tamar poderá ver como estará a amoreira”, garantiu ele. Tamar e Daniel Shoshan são israelenses, filhos de brasileira que está em férias na cidade. A tia de ambos Deise Aguiar, mora no Estreito, e os apresentou ao parque ontem. Tamar desde então quis comparecer para plantar sua primeira árvore.

 

Os irmãos Paulo Marcondes e Maria da Graça Lenzi de Oliveira divertiram-se fazendo planos mais ambiciosos, de comparecer daqui a 100 anos para ver como estarão as oliveiras que foram plantadas. De todo modo, muito antes, Maria da Graça pretende voltar para cuidar e colher romãs da árvore que também plantou. “No verão que vem, quando ele voltar para as férias, já teremos romãs para colher”, estimou.

 

Tânia Cassel plantou pé de romã, mas vai cuidar também de uma mangueira e uma figueira. “Esses três pés estarão sob minha responsabilidade, de colocar água e tirar os matinhos”, assegurou ela, já que seu filho Frederico H. Trott e a nora Karen Cargnin devem voltar para a Irlanda, onde já moraram por um ano e meio. Foi dele a ideia de participar do mutirão e a família toda aprovou a iniciativa. Tânia é professora aposentada da Ufsc, mora há 17 anos em Florianópolis, e tem plantado um hectare ao ano de oliveiras no Rio Grande do Sul, num projeto cooperativado para produção de azeite de oliva.

 

Encontro familiar


O arquiteto André Schmitt, responsável pelo projeto pioneiro do futuro Jardim Botânico, participou com sua mulher, Martha Mansinho, da roda de conversa com o especialista em plantas medicinais Alesio Dos Passos Santos. No mutirão de implantação do bosque contou com a ajuda do seu primeiro neto, Enzo Schmitt, para plantar um jambeiro amarelo.

 

Carlão Martins, animado com o entusiasmo da comunidade, propôs que sejam organizados no futuro almoços colaborativos no parque. Ele vistoriou com o ex-presidente Marius Bagnati as obras que vinham sendo feitas em parceria com a iniciativa privada e quem incluem uma cozinha experimental.

 

PEV de orgânicos


No Parque Jardim Botânico já opera um ponto de entrega voluntária (PEV) de orgânicos. Viviane Wendhausen é uma das colaboradoras mais assíduas. “Se produzir todo dia, trago todo dia, antes tinha de jogar fora. Como sempre separei os recicláveis secos, agora entrego para o caminhão da Comcap apenas o rejeito,o  lixo sanitário, menos de uma sacolinha por semana”, comentou a enfermeira. Seu cuidado com os orgânicos é tamanho que ela mantém os resíduos em potes na geladeira até a hora de destinar para a compostagem.

 

Laci Sírtoli, que também mora na vizinhança, consegue reciclar os orgânicos em casa mesmo. Trouxe até uma muda de mamão que nasceu no quintal a partir do solo enriquecido com seu próprio composto orgânico.

 

Boa frequência


A cada final de semana, o parque tem recebido em torno de 1,2 mil visitantes. Aos domingos, até 500 pessoas comparecem. Tem sido comum organizarem piqueniques para comemorar aniversários sob o bosque de nogueiras ou nas sombras à beira do lago. 

 


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