11/08/2017 - RESIDUOS - Comcap
Florianópolis acelera ações de agricultura urbana e compostagem
Esta semana, foi instalado pátio de compostagem na Base Norte da Comcap e atendido domicílio de interesse social

foto/divulgação: Divulgação Comcap

Luiz Prates, Israel Cardoso, Paulo Sérgio Pereira, Jalmir Pascoal Nunes e Edinon Rosa, vereador e empregado da Comcap

A Prefeitura de Florianópolis, por meio da Comcap, acelera as ações para, com ajuda do gerador, desviar resíduos orgânicos do aterro sanitário. Nesta semana, foram duas iniciativas. A implantação do terceiro pátio de compostagem da Comcap na Base Operacional Norte e suporte à Secretaria Municipal de Infraestrutura com revitalização de jardim e horta em casa modular na comunidade da Queimada.

 

A Comcap já opera pátios de compostagem no Centro de Valorização de Resíduos, em parceria com a Associação Orgânica, e pátio modelo no Parque Jardim Botânico de Florianópolis. Na Base Norte, em Canasvieiras, a compostagem inicialmente será exclusiva para os resíduos do restaurante da Comcap. Todo dia, são servidas ali cerca de 60 refeições para os empregados da autarquia.

 

Novo pátio na Base Norte

 

O encarregado Luiz Henrique Prates conta que é voluntário na horta do Parque Cultural Campeche (Pacuca) há dois anos. No Verão, quando foi transferido da base da Comcap do Morro das Pedras para Canasvieiras, ele viu a oportunidade de replicar lá a experiência de compostagem comunitária. Nos próximos meses, confirma o presidente da Comcap, Carlão Martins, junto do Ecoponto de Canasvieiras, será instalado um ponto de entrega voluntária de orgãnicos para a comunidade. “Será um Ecoponto modelo que, além de resíduos volumosos e recicláveis secos, receberão orgânicos, terá compostagem e horta”, estimula o presidente.

 

“Temos conversado e estudado muito aqui na Base Norte para que a Comcap seja exemplo no encaminhamento dos resíduos. Quando a pessoa começa a separar os resíduos, abre um ciclo sustentável. Uma coisa leva à outra: a separação leva à compostagem, que leva à horta, que leva a uma alimentação melhor que leva à saúde”, aponta Prates.

 

Interesse social

 

Em ação conjunta da Prefeitura de Florianópolis, por meio da Secretaria de Infraestrutura e Comcap, e comunidade, com apoio da Associação de Catadores de Materiais Reciclados, foi revitalizado jardim e horta na residência de Nicolau e Cléa Machado Martins no Morro da Queimada.

A Autarquia Comcap, relata o assessor técnico Zenilto Custódio da Silva, que costuma operar mutirões em comunidade, doou composto e mudas e prestou assistência técnica ao casal que mora na unidade modular para estimular boas práticas em agricultura urbana.                     

De acordo com a assistente social Elizonete Tietjen, o acompanhamento da família ocorre desde 2013, quando foi iniciado processo para atendê-los com uma unidade considerando laudo da Defesa Civil que apontou precariedade e risco habitacional.

Nicolau trabalhava como catador e muitos materiais ficavam acumulados em volta de sua residência. Hoje Nicolau recebe benefício de prestação continuada (BPC) de assistência social e sua mulher, benefício do INSS. “A revitalização do espaço externo do domicílio contribui para a autoestima do casal, para que sintam-se capazes”, explicou Simone Lolatto, assistente social de referência da comunidade da Queimada.

 

Economia e sustentabilidade

 

Pela caracterização dos resíduos sólidos domiciliares gerados em Florianópolis, 35% de tudo que é encaminhado ao aterro sanitário de Biguaçu são orgânicos. Desta fração úmida, 24% restos de alimentos e 11% resíduos verdes como podas, restos de jardinagem e folhas varridas na limpeza pública. Quarenta e três por cento são recicláveis secos como embalagens de plástico, papel, metal e vidro e 22% são rejeitos, lixo sanitário e outros materiais que não podem ser recuperados. Pela Lei 12.305/2010, o aterro será destino final apenas para os rejeitos.

 

Das 183 mil toneladas recolhidas por ano pela coleta convencional da Comcap, 65 mil toneladas são resíduos orgânicos que, separados na fonte geradora, poderiam ser desviadas do aterro sanitário.

 

Ao custo de R$ 148,27 para transportar e aterrar esse resíduo, se o usuário do sistema de coleta adotasse as práticas de separar e reciclar o orgânico, a economia para o município poderia ser de até R$ 9,5 milhões ao ano, sem contar ganhos ambientais e sociais.


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