03/09/2021 - SME - Educação
Cláudia e Mariana: unidas por laços familiares e pela educação
Tia e sobrinha são diretoras em creche e escola na rede municipal de ensino de Florianópolis

foto/divulgação: Arquivo SME

Tia Cláudia e Sobrinha Mariana, professoras e diretoras na rede municipal de ensino de Florianópolis

A tia é professora, a sobrinha também. A tia é diretora de uma unidade educativa na rede municipal de ensino de Florianópolis. A sobrinha igualmente. A Cláudia Costa está à frente do Núcleo de Educação Infantil Sueli Gadotti Rodrigues, em Ingleses. A Mariana Vieira Costa é responsável pela Escola Básica Maria Tomázia Coelho, no Santinho. As unidades estão localizadas no Norte da Ilha de Santa Catarina.

 

 

 

Cláudia Costa Ricardo, 54 anos, nasceu no dia 1º de setembro de 1967 na capital catarinense.

 

 

 

O pai, Hercílio Joaquim da Costa, o seu Dego, veio ao mundo no dia 8 de agosto de 1920 na Ilha do Francês, em Canasvieiras. “Todos os meus tios, irmãos do meu pai, nasceram lá também”.

 

 

Era profissional da pesca industrial. Aos 20 anos de idade estava trabalhando no Rio Grande do Sul, na cidade de São José do Norte. “Na época, ‘os catarinas’” iam para Rio Grande do Sul, para a pescaria, pois aqui não havia emprego”.

 

 

Para Cláudia, o pai dela foi um guerreiro do mar, homem de coração gigante. “Pessoa honesta, do bem”, complementa. E desabafa: “mesmo eu sendo adulta, mesmo eu tendo constituído uma família, ele me faz falta. Nas horas de aflição, ainda chamo por ele”. Seu Dego faleceu na véspera de natal de 1994, aos 70 anos de idade.

 

 

SEGUIU O CONSELHO DA DONA NÁ

 

 

A mãe, Ondina Ramos Pereira Costa, a dona Ná, cuidava da casa e dos filhos Danilo, Sonia, Fátima e da caçula Cláudia.

 

 

Gostava de fazer renda de bilro, uma tradição açoriana. Passava horas entretida com emaranhados de fios, pauzinhos e alfinetes. Cláudia sempre quis aprender. A mãe não ensinava. “Ela falava para nós que tínhamos que estudar, dizia que o estudo era tudo na vida de uma pessoa”.

 

 

Seguiu o conselho da dona Ná, falecida em novembro de 2020, aos 89 anos. Formou-se em Pedagogia pela Universidade do Estado de Santa Catarina, Udesc.

 

 

“A Educação transforma a vida de pessoas. Podemos contribuir mudando vidas. Nós, professores, mudamos e marcamos vidas de pessoas”.

 

 

Conforme Cláudia, ser professor e ter respeito e empatia pelo outro e aprender com ele.

 

 

Entrou na rede municipal de ensino de Florianópolis em 1993. Já atuou no Neim Vicentina Maria da Costa Laurindo (Vargem Pequena) e na antiga Creche Muquem (Rio Vermelho), transformado em Neim Lausimar Maria Laus.

 

 

”A MÃE NOS INCENTIVOU A ESTUDAR E NUNCA DESISTIR DOS SONHOS” 

 

 

Mariana Vieira da Costa Pacifico é diretora da Escola Básica Municipal Maria Tomázia Coelho. Todos a chamam de Mari, uma manezinha-raiz, nascida em Florianópolis em 13 de janeiro de 1984. É filha de Danilo, irmão da diretora do Neim Sueli Gadotti Rodrigues, Cláudia Costa. A mãe se chama Sidnei.

 

 

Danilo, nascido em Canasvieiras, precisou trabalhar desde criança para ajudar no sustento da família.  Navegou pela profissão do pai, avô de Mariana. Pescador desde os 14 anos, aos 16 começou na pesca industrial.  Nas traineiras, construiu e sustentou a própria família.  “Sempre nos deu o melhor, deixando muitas vezes suas vontades de lado, para que não nos faltasse nada”.

 

 

Mariana analisa que a profissão de pescador é difícil. “Passa muito tempo fora de casa, noites mal dormidas, muitas datas comemorativas sem o contato com a família. Nos dias atuais, o telefone celular facilitou a comunicação, mas a saudade e preocupação é diária”.

 

 

Aos 67 anos, Danilo ainda não pensa em parar. Já aposentado, não larga do mar.  Nas horas vagas dedica seu tempo à família, aos animais e ao jardim da casa.

 

 

A mãe, Sidnei, a caçula de 7 irmãs, nasceu nos Ingleses. Aprendeu a arte da renda de bilro aos 7 anos.  Dona de casa, dedicou-se na criação das filhas Mariana e Fabiana. “A mãe nos incentivou a estudar e nunca desistir dos nossos sonhos. E sempre nos fez valorizar o trabalho árduo do nosso pai, o suor dele”.

 

 

DUAS FACULDADES NO CURRÍCULO

 

 

Foi que as meninas fizeram. Mariana cursou, primeiramente Biblioteconomia na Universidade Federal de Santa Catarina. Depois, cursou Pedagogia. Na sequência aprimorou-se com a pós-graduação em Gestão, Orientação e Supervisão Escolar.

 

 

Entrou na rede municipal de ensino da Capital em 2014, como professora auxiliar de Educação Especial substituta, trabalhando na Escola Desdobrada Jurerê e na EBM Professora Herondina Medeiros Zeferino. No mesmo ano, focou em se preparar para o concurso da Prefeitura, mirando a vaga de professora auxiliar de ensino fundamental. No ano 2015, passou a integrar a equipe da EBM Maria Tomázia Coelho, agora como efetiva.

 

 

A irmã dela, Fabiana Vieira da Costa, formou-se em Administração e Pedagogia. Trabalha na parte administrativa da Maria Tomázia.

 

 

Ser professor significa relacionar-se com o diferente, é aprender constantemente, buscando mudar de forma positiva a vida de uma criança, construir memórias nos estudantes e contribuir para um mundo melhor, assinala Mariana, 37 anos.

 

 

A respeito da tia, ela diz que quando pensa na Cláudia, pensa em carinho e amor.  “Ela é a tia paterna que marcou nossa infância. Está presente na vida adulta e sempre, quando éramos crianças, nos esperava com um beijo e um abraço apertado.  Sempre tinha um chocolate ou coisa boa na geladeira. Falar dela é falar de responsabilidade e honestidade”.

 

 

Cláudia recorda que Mariana foi a primeira sobrinha, a primeira neta, a primeira filha.  “Amada por todos, muito inteligente, é uma pessoa de coração gigante, sempre ajudando a todos”.

 

 

A tia diz, com muito orgulho, que a sobrinha é comprometida com o que faz.

 

 

 

MAIS UMA NA REDE

 

 

Cláudia formou a família dela. Casou com Osni. Tem duas filhas. “São minhas preciosidades, duas lindas moças”. Francine tem 32 anos, e, Gisele, 30 anos. Francine também é professora da rede municipal de ensino. É substituta no ensino fundamental na Escola Básica Luiz Cândido da Luz, na Vargem do Bom Jesus.

 

 

Mariana é casada com Jefferson com quem tem a filha Maria Augusta, 10 anos.

 

 

DUAS GIGANTES

 

 

O secretário municipal de Educação, Maurício Fernandes Pereira, salienta que conhece muito bem as duas, tia e sobrinha. “São duas gigantes, profissionais competentes, dedicadas à lida, ao trabalho, às crianças, à coisa bem feita. As duas enobrecem a educação do município de Florianópolis”. 


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