12/04/2022 - SME - Educação
Nice sai do interior e vem para a Capital em busca de um sonho: ser professora
A profissional ficou 11 anos como temporária e se efetivou recentemente na rede municipal de ensino da Prefeitura

foto/divulgação: Arquivo SME

Faz 11 anos que está na rede municipal de ensino de Florianópolis, sendo 8 deles no Núcleo de Educação Infantil Irmão Celso, na Agronômica.

Ilenice Grando da Silva de 42 anos, é carinhosamente conhecida como professora Nice. Faz 11 anos que está na rede municipal de ensino de Florianópolis, sendo 8 deles no Núcleo de Educação Infantil Irmão Celso, na Agronômica. Ela era professora substituta. Recentemente, diversos profissionais, que passaram no concurso público de 2019, foram chamados pela Prefeitura para se efetivarem. Nice foi um deles. Mas, nada foi fácil na vida dela.

 

 

 

Filha de Terezinha e Irio Grando, pequenos agricultores e comerciantes, nasceu em Palmitos, Oeste de Santa Catarina.

 

 

"O desejo dos meus pais sempre foi que os filhos contribuíssem com a sociedade, pois, eram engajados nas causas sociais”.

 

 

 

Com o falecimento da mãe em 2000, veio para Florianópolis. Para se manter, trabalhou no comércio como vendedora e operadora de caixa.





O tempo passava. Parecia que seria impossível alcançar o sonho de ser professora. Foi, então, que descobriu um cursinho pré-vestibular comunitário gratuito.





Prestou vestibular para Pedagogia. Conseguiu. “Nem acreditei quando vi meu nome na lista de aprovados”.





Iniciou a faculdade em 2004, mesmo ano em que se casou com o manezinho José Ricardo.





Nice trabalhava o dia todo e fazia a faculdade à noite. Formada, largou o comércio e começou a participar dos processos seletivos para atuar como professora temporária na educação infantil do município de Florianópolis.





“Toda vez que eu chegava numa unidade educativa para trabalhar, eu me sentia em casa. Sabia que era aquilo que eu queria fazer pelo resto da minha vida. Eu amo a educação, as crianças”.





A professora diz que o Neim irmão Celso é a comunidade dela, é a família que a acolheu. “Minha obrigação é dar o retorno com o que sei fazer, trabalhar para a formação dessas crianças na integralidade. Acredito que professores, crianças e famílias têm que andar de mãos dadas para termos sucesso nas demandas que aparecem”.

 

 

A diretora da unidade Katia Costa fala que Nice é uma professora comprometida, que pensa no bem-estar dos pequenos e comunidade escolar. “Ela não mede esforços para que todas as nossas crianças tenham a oportunidade de conhecer um mundo novo”.

 

 

A Secretaria de Educação tem muito orgulho de contar na rede com a professora Nice, destaca o titular da pasta. “Ela é uma figura incrível. A diretoria do Neim Irmão Celso a elogia, os colegas e pais das crianças a reconhecem como excelente profissional “, complementa Maurício Fernandes Pereira.





*Inclusão*

Com o esposo José Ricardo Filho, teve Vinícius Grando da Silva em 2013. O filho é autista e frequentou a rede municipal na educação infantil. Hoje, encontra-se no 3º ano do ensino fundamental no Colégio de Aplicação da UFSC.

 

 

 

“Muitos pais da rede municipal me procuram para conversarmos sobre como foi esse processo da descoberta do autismo do nosso filho e por onde começar a ajudar a criança que possui esse transtorno. Sempre recebi todos que me procuraram e os ajudei de alguma forma”.

 

 

 

Nice faz questão de ressaltar que o trabalho dela é pautado na docência compartilhada. “Sei que juntos somos mais, vamos mais longe, aprendendo, ensinando e incluindo. É no compartilhar que nós vamos transformar a educação”.

 

 

*Árvore gigante*



Com a criançada de 5 e 6 anos construiu um “baobá”, uma árvore de grande porte, que pode alcançar 25 metros de altura e 6 metros de diâmetro, e que dá flores e frutos. Além disso, representa a luta do povo negro no Brasil.

 

 

 

“É uma experiência que permite às crianças um olhar respeitoso sobre o outro tendo a oportunidade de aprender sobre outras culturas que foram marginalizadas na história”.

 

 

 

Conforme a professora Nice, cada dia que passa todos aprendem mais, sobre respeito, empatia e diversidade. “Nossas ações e vivências acontecem na sombra do baobá todos os dias, inclusive as reuniões com as famílias. As crianças amam. Ver o grupo aprendendo evoluindo, se desenvolvendo e feliz é muito gratificante”.

 


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