20/09/2015 - Eventos
Artesãos produzem as peças durante a festa

Artesãos explicam ao público de que forma compõem a sua arte

foto/divulgação: Mariana Eli

Artesãos expõem seus trabalhos na Fenaostra

Proporcionar um contato maior entre o artesão e o admirador das obras também é um dos objetivos da 16ª Festa Nacional da Ostra e da Cultura Açoriana (Fenaostra). Durante os cinco dias de festa, profissionais da área se revezaram na festa mostrando um pouco do trabalho que realizam e passando parte de seus conhecimentos ao público.

 

Tecelagem, peças em biscuit e cerâmica fria, artigos de olaria, lanternas de maricultura, santeiros, pinturas em quadros, cestas de vime, tudo apresentado sob o olhar cuidadoso dos artesãos que os confeccionaram.

 

Lourival Medeiros, oleiro há 13 anos, contou um pouco da sua história: “Meu pai vendia cerâmica em Florianópolis, meu tio tinha olaria e meu avô morava na Ponta de Baixo, em São José. Então desde, cedo eu já convivia com este ofício, esta arte. Mas só anos mais tarde é que me dediquei aos estudos da profissão e montei minha própria olaria.”

 

Ele destacou que já trocou a experiência na confecção de peças com outros profissionais das ilhas dos Açores, por meio do projeto “Cerâmica Açoriana Memória Viva”, que tinha esse propósito de levar de volta àquela região as produzidas no Brasil, originárias da tradição obtida pela colonização daqui.

 

Berçários e lanternas é o que a Tatiana Gama Cunha produz há cerca de 11 anos, atendendo à necessidade destes insumos aos maricultores. Ela deixou de lado o seu trabalho com materiais de construção para dedicar-se ao ofício. “Para compor as lanternas, eu uso tela, pano de rede, prato de prolipropileno – próprio para a maricultura – e corda. Com estes elementos, consigo concretizar o meu trabalho”, informou.

 

A renda de bilro não está presente apenas nas peças produzidas pelas rendeiras, mas também nos objetos, como vasos, pratos e peças representando o Divino Espírito Santo. Ìndia Brazil é artesã há 18 anos e já participou de quase todas as edições da Fenaostra. “A renda é uma preciosidade, um trabalho manual que leva muito tempo e dedicação para ficar pronto. Acho que ela precisa ser vista como um objeto também, dando-lhe mais valor”, frisou, complementando que foi sua mãe, artista plástica, quem a iniciou na arte.

 

Os personagens do boi-de-mamão, como o próprio protagonista do folguedo, o vaqueiro, a bernunça e a maricota, ganham vida nas mãos dedicadas de Adriana Demetrio Rosa. A artista confecciona as peças com biscuit e lhes dá todo o charme e colorido característicos das apresentações do boi. “Trabalho há dez anos com biscuit, mas foi após ver uma encenção do boi-de-mamão que pensei em dedicar a minha arte a esta temática, algo que venho fazendo há seis anos”, disse.

 

Já as crianças aprenderam um pouco sobre tecelagem com a artista Lena Rosa, que aproveita o espaço da festa para divulgar o seu trabalho e mostrar aos pequenos de que forma transforma os fios em peças como jogos americanos e tapetes. “Há 20 anos, faço peças no tear manual, uso desde barbantes, cordões, lã e até a seda para confeccionar as peças”, contou.

 

Além destes artesãos passaram pela festa santeiro, balaieiro e rendeira.

 

Quer conferir um pouco destes trabalhos? Então aproveite o último dia da Fenaostra. Neste domingo (20) a festa tem início às 11 horas e segue até as 22 horas. Participe da festa que reúne a nossa gente!


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