16/03/2016 - Administração
PMF exige volta ao trabalho para negociar

Prefeito quer apurar responsabilidades por 'situações inaceitáveis' geradas pela paralisação

foto/divulgação: Petra Mafalda/PMF

Prefeito concede entrevista coletiva para falar da greve

O prefeito Cesar Souza Junior anunciou nesta quarta-feira (16) que determinou a abertura de processos administrativos disciplinares e que vai solicitar o concurso do Ministério Público e da Polícia Civil para apurar e possivelmente responsabilizar envolvidos em situações inaceitáveis que vêm sendo observadas a partir da greve dos servidores municipais, que entrou em seu décimo quinto dia.


Entre essas situações, ele listou a paralisação total das únicas farmácias em que são fornecidos remédios controlados e essenciais – como antirretrovirais – a possível omissão de socorro na ocorrência de morte a poucos metros do Centro de Saúde Agronômica e a perturbação da paz de crianças de uma creche no Continente por um caminhão de som que buscava adesões ao movimento grevista.
 
Ele citou também como inaceitáveis a paralisação do trânsito na Via Expressa Sul, coordenada por uma funcionária da Assembleia Legislativa “que deveria estar trabalhando” e a decretação de greve por parte dos trabalhadores da Comcap, que vem reforçar “o caráter político da greve”, segundo ele. “Se querem me prejudicar, fiquem sabendo que os prejudicados são a população da cidade, as crianças das creches, os doentes que dependem dos remédios e podem até morrer se ficarem sem eles”, disse.
 
Cesar Souza Junior conclamou os trabalhadores a voltarem ao trabalho para negociar. “Se voltarem hoje, amanhã eu me sento pessoalmente à mesa para negociar com eles. Tenho certeza de que a grande maioria dos servidores quer voltar a trabalhar, a atender à população, mas são impedidos pelo comportamento radical e irresponsável de lideranças sindicais”, ressaltou. “Eles estão em flagrante desrespeito à decisão judicial que declarou a greve ilegal e determinou a volta ao trabalho. Se eu não cumprir uma decisão judicial, mandam me prender. É inaceitável que as lideranças ignorem uma decisão do Tribunal de Justiça”, acrescentou.
 
O prefeito insistiu em que a crise financeira por que passa todo o país impede a concessão de reajuste salarial dentro dos índices pretendidos pelo sindicato. “Tivemos uma queda brutal na arrecadação, em geral. Caiu o IPVA, o ISS, até o IPTU. Os repasses diminuíram. É absolutamente impossível falar em reajuste de 10%. Eu não vou quebrar a Prefeitura. Em vista dessa crise, quem sabe como vai ser o segundo semestre do ano? Só sabemos que não vai ser bom.”
 
“Nos últimos três anos, quase dobrou o piso salarial do trabalhador municipal. O Plano de Cargos e Salários válido foi implementado. Na Comcap, eles vêm recebendo reajustes acima da inflação. Mas estamos numa situação excepcional e não podemos conceder um reajuste acima da receita. Se não há bom senso na liderança sindical, apelo ao bom senso do trabalhador, para que volte ao trabalho e dê condições a que retomemos as negociações”, completou Cesar Souza Junior.


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