Secretaria Executiva de Comunicação Social

18/12/2009 - Turismo
Ensaio das Escolas de Samba nas comunidades em discussão
Prefeitura convocou dirigentes das cinco escolas de samba da Capital para buscar uma solução viável para coibir ações do Ministério Publico Estadual.

foto/divulgação: Mauro Vaz

  Procurador Geral do Município Jaime de Souza informa sobre eventual ação do Ministério Público contra ensaios de carnaval nas comunidades.    

Na tarde desta sexta-feira (18), estiveram reunidos no Gabinete do Prefeito Dário Berger, os cinco presidentes das Escolas de Samba da Capital com o Procurador Geral do Município Jaime de Souza. Motivo: O Ministério Público Estadual vêm cobrando do município, ações para coibir o barulho nos ensaios das agremiações carnavalescas em suas localidades.

 

Em 2008 foi assinado um Termo de Ajustamento de Conduta entre a prefeitura e o Ministério Público para que neste ano a folia não perturbasse o sossego dos moradores. O Presidente da Consulado Salomão Lobo de Souza Filho, lembrou que a moradora Maria da Graça, que fez a representação contra a escola no carnaval passado, hoje possui um filho participando da bateria e já não se irrita mais.

 

O Presidente da Unidos da Coloninha Laerte Arlindo de Matos, manifestou repúdio com a decisão do MP. “Querem acabar com a nossa cultura popular, não existe respeito com o mundo do samba que traz emprego e renda as comunidades menos favorecidas”. Laerte quer saber por que o MP não faz o mesmo nos jogos de futebol. “Moro ao lado do Estádio Orlando Scarpelli, nos dias de jogo, meu bairro vira um inferno, com baderna em seus arredores, quebradeiras, porque neste caso o MP não toma providências? Por que só com os ensaios das escolas?” Concluiu.

 

O Presidente da Embaixada Copa Lord Antônio José Leopoldo, acrescentou dizendo que as escolas irão ficar de mãos atadas. “Vai ser uma pá de cal no Carnaval. Se qualquer cidadão fizer uma reclamação ao MP nosso carnaval estará ameaçado”, finalizou.

 

Também fez uso da palavra o Presidente da Protegidos da Princesa Moacir Gomes. Alertou que as cinco escolas fazem um trabalho social com crianças e adolescentes nas comunidades durante os 325 dias do ano e o carnaval é o momento de celebrar tudo isso. “Está havendo uma falta de respeito tamanha com a nossa gente, o MP precisa saber o que é cultura popular e valorizar, do contrário nossas crianças terão um futuro diferente”.

 

Roberto Bispo, advogado da Liga das Escolas de Samba da Capital informou que caso o MP acabe com os ensaios das escolas nas comunidades, o custo de translado de batuqueiros para a Passarela Nego Quiridu poderá chegar a R$ 5 Mil, dia. Mesmo assim, não haveria espaço para o ensaio das cinco agremiações diariamente.

 

O Procurador Geral do município Jaime de Souza disse que o Prefeito Dário Berger vai respeitar a Lei Nº 352/2009, fazendo todos os esforços para que as agremiações carnavalescas continuem realizando os ensaios em suas comunidades, levando alegria a população. O problema segundo o procurador é resolver a questão de moradores que não gostam e não são tolerantes com o batuque do surdo, pandeiros,caixas e repeniques. “Quem não vibra e não se entusiasma com a cultura popular, também precisa ser ouvido, mais o Carnaval atrai o turista e não podemos deixar a folia acabar”, alertou.

 

Na próxima semana será marcada uma reunião entre os representantes das Liga das Escolas de Samba com o Ministério Público e também com a Floram, para que autoridades destes órgãos ouçam o grito para não deixar morrer a maior festa popular de Florianópolis.


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