13/12/2009 - SMI - Cultura
A história do saneamento em Florianópolis.
No início os efluentes corriam a céu aberto pelas sarjetas. Durante a noite escravos despejavam esgoto recolhido nas residências nas praias mais próximas.

foto/divulgação: Desconhecido

Centro de Florianópolis em 1907.

Na antiga Desterro, até o inicio do século XX as obras de saneamento básico foram mínimas. Água potável era obtida nos rios e córregos da cidade e distribuída pelas carroças-pipa. Entre os locais de captação estavam o Rio da Bulha (Rio da Avenida Hercílio Luz) e das fontes próximas ao Centro. Entre elas: Fonte de Ramos ou da Carioca (atual Largo Fagundes), Fonte do Largo da Palhoça (Rua Vidal Ramos) e a Fonte do Campo do Manejo (atual Instituto Estadual de Educação). Já o esgoto era despejado diretamente nos córregos e nas baías.

“Em 1.910, durante o governo Gustavo Richard foi implantado o 1ª sistema de abastecimento de água de Florianópolis, projeto e obra dos engenheiros Edward Simmonds e Adriano Saldanha. Com captação no manancial Ana D'Avila em Itacorubi e Córrego da Lagoa a água era transportada sem qualquer tratamento por tubulações de ferro fundido de doze polegadas até o reservatório de 3.000.000 de litros situado no morro do Antão distante 6050 metros da captação. Em 1.922 o sistema foi reforçado com captação das águas do Rio Tavares por uma tubulação de oito polegadas.” (Trecho extraído da obra de Átila Alcides Ramos).

Anos mais tarde na década de 40, os mananciais da Capital não atendiam a população que atingia cerca de 24.000 moradores. Com isso foi feito o estudo para realizar a captação da água na Serra de Santo Amaro da Imperatriz da localidade chamada Pilões (Rio Vargem do Braço). Em 1945 a Companhia Auxiliar de Serviços e Administração (CASA), entrega o projeto para o sistema de Pilões. O documento detalhava 1.750 metros de canal de alvenaria a partir da cachoeira, filtro de areia e cascalho, casa de partida e 26.940 metros de adutora feita com ferro fundido de 450 mm de diâmetro e cinco reservatórios. A 1ª obra do sistema de Pilões foi entregue em 1.946.

Com a exploração dos balneários de Florianópolis e a expansão da capital o abastecimento total era feito por um somatório de várias adutoras e diversos sistemas interligados totalizando aproximadamente 2.000 litros por segundo. Não esquecendo a vazão de 200 litros por segundo, captados na Lagoa do Peri, que atendem toda costa Leste Sul da Ilha.

O esgoto em Florianópolis

No início da história da Capital os efluentes corriam a céu aberto pelas sarjetas. Durante a noite escravos despejavam esgoto recolhido nas residências nas praias mais próximas. Desta forma as poucas fontes de água ficavam poluídas dando espaço as doenças.

As primeiras obras do sistema de esgoto iniciaram em 1913, três anos após que a concessão foi dada. O Sistema foi inaugurado no dia 07 de setembro de 1916 e era formado pelas bacias do Centro, da Praça São Sebastião e da Praça São Luiz. Também fazia parte a estação de tratamento próxima ao Forte Santana. Os trabalhos foram feitos sob a supervisão do engenheiro Luiz José da Costa.

Com o passar dos anos o Sistema foi desativado gradativamente e a Estação de Depuração Biológica foi desligada em 1960. A partir desta data os esgotos voltaram a ser jogados diretamente nas baías e praias locais.