Assessoria de Políticas Públicas para Igualdade Racial e Combate a Intolerância Religiosa
Neste mesmo dia, no ano de 1888, foi proclamada a lei que aboliu a escravidão no Brasil. Entretanto, a libertação não ocorreu. Não existe liberdade sem igualdade de oportunidades. Não houve o reconhecimento da brutalidade que era a prática escravista. Ninguém explicou por que aqueles africanos foram escravizados, nem por que deixaram de ser escravos.
Não foram os ex-escravos integrados na sociedade ou absorvidos pelo mercado de trabalho remunerado. Não receberam um lugar para morar, continuaram sendo coisas usadas conforme a necessidade, continuaram sem direitos. Os filhos daqueles africanos escravizados, tornaram-se a população negra brasileira, que já nasceu estigmatizada, rotulada como um ser humano desprovido de virtudes e carregado de defeitos.
A história transmitida ao longo dos anos não tratou de desconstruir esses estigmas, mas sim de reforçá-los, ao ponto de incutir na sociedade a ideia de que os negros foram escravos e estão socialmente vulneráveis porque são seres humanos com menor capacidade intelectual. Juntamente com tudo isso se fortalece o racismo, que somado à ausência de políticas públicas que tornariam possível a integração do negro na sociedade em igual posição ao dos não negros, criou um imenso obstáculo para o desenvolvimento desta população.
Nos últimos anos, as políticas públicas de promoção da igualdade racial buscam compensar este histórico de desigualdade, e com isso estamos vendo a ascensão social do negro. Mas esta é ainda a minoria do grupo que no total soma 52% da população brasileira. Infelizmente o racismo segue sendo o maior impeditivo para o desenvolvimento pleno da população negra.
Por isso, ao invés de comemorar o 13 de maio devemos questionar a história que nos foi contada, entender a origem do racismo, e seguir combatendo todas as formas de discriminação racial.