17/07/2023 - Educação
Com psicólogos, Programa Bairro Educador desenvolve inteligência emocional de crianças e adolescentes da Capital
“Posso dizer que o que aconteceu com meu filho foi um milagre” diz mãe de estudante

foto/divulgação: Arquivo SME

Com psicólogos, Programa Bairro Educador desenvolve inteligência emocional de crianças e adolescentes da Capital

 

O Grupo de Emoções,  do Bairro Educador da Prefeitura de Florianópolis,  vem colhendo bons frutos nas 12 sedes espalhadas  pela Ilha e Continente. O objetivo é desenvolver a inteligência emocional nas crianças e adolescentes para favorecer as relações interpessoais e consigo mesmo contribuindo para a melhoria da aprendizagem, a resolução de problemas e favorecendo o  bem-estar pessoal e social.
 
“As aulas do Grupo de Emoções  transformaram para melhor a vida do meu filho e a minha também”. O depoimento é da profissional de segurança Kátia Cilene Constant, 47 anos, mãe de Kauê Constant Ferreira, 11 anos, estudante da oficina Jiu-Jitsu, na sede Monte Verde. Ao matricular neste ano  Kauê no Grupo de Emoções, nem imaginava a revolução que aconteceria na vida do garoto.
 
Segundo Kátia seu filho era muito tímido, quase não falava e com a participação no Grupo das Emoções o menino melhorou muito a comunicação.  Um tio dele,  com quem  era muito apegado, faleceu. Ele ficou tão abalado que queria morrer também. Só chorava e não entendia por que o tio havia partido.  Não aceitava o fato. “Mas, com a intervenção do Grupo de Emoções, Kauê voltou a sorrir, por entender o processo da morte. Posso dizer que o que aconteceu com meu filho foi um milagre”, completa Kátia.
 

DISCUSSÃO SOBRE DIREITOS E DEVERES

 
Formado pelos psicólogos Júlio Ramos, Bruna Thirion, Carla de Almeida, Letícia Sardá, Gabriela Rosa e pelas assistentes sociais Karoline Francieli e Karolina Machado, o time psicossocial discute com os estudantes diretrizes em torno de eixos temáticos da inteligência emocional que envolve a competência de cada um, direcionado para questões como conhecimentos, capacidades, habilidades e atitudes.
 
Em aulas lúdicas, com brincadeira e jogos, os profissionais trabalham a realidade dos indivíduos envolvendo assuntos como assertividade , que é a maneira de se comportar de forma educada respeitando as diferenças de cada um;  empatia , a habilidade de compreender o outro mesmo não concordando;  saber escutar com atenção; e  definir um problema,  habilidade que permite uma pessoa ser capaz de analisar uma situação avaliando o todo.
 
Nas aulas igualmente  são debatidas tomadas de decisões e suas conseqüências e a habilidade de encontrar uma solução justa para todos os envolvidos. 
 

PROMOÇÃO DE CIDADANIA

 
Paralelo a essas ações, as profissionais de assistência social desenvolvem orientações de conscientização sobre o direito de se ter acesso à saúde, habitação, educação, tendo como parâmetro o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
 
“Muitos não têm conhecimento sobre seus direitos e não sabem como recorrer a um órgão como posto de saúde ou a um conselho tutelar e nós aqui esclarecemos essas questões e promovemos encaminhamentos quando necessário”, destaca a assistente social Karoline dos Santos.
 
“As aulas do Grupo de Emoções são muito legais. A psicóloga ouve a gente e também aprendi a ouvir outras pessoas e também que não devemos guardar sentimentos ruins, de tristeza. Se tiver vontade de chorar, temos que chorar”, diz Kauê. 
 
Seu amigo de turma, Artur Rosa, 8 anos,  comemora: “Aqui aprendi a ser paciente, a ter calma”, diz, enquanto participava da atividade denominada “A flor das diferenças”, em que tinha que desenhar a sua mão em um papel, pintá-la e montar com os amigos uma árvore que tinha a flor das diferenças.
 

TRANSFORMANDO VIDAS

 
Para o psicólogo Júlio Ramos, a  transformação das crianças e dos adolescentes vem ocorrendo em um todo. “Nos também estamos aprendendo com eles e também estamos mudando. “Os pais nos dão um feedback e dizem que os filhos estão mudados  e que essas transformações estão começando a ocorrer na família também, fazendo com eles se sintam parte do processo, em um sentimento de pertencimento ao programa”.
 
 
“Depois que meu filho começou a frequentar as aulas das emoções, sou  outra pessoa.  Por meio da participação dele comecei a ter um novo olhar sobre a vida. Antes, eu não tinha tanta clareza de estar perto participando de cada passo da vida dele. Hoje, vejo que estar presente ao lado dele  em cada atividade é importante e fundamental para nós.”, conclui Kátia Cilene.

 


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