15/02/2015 - Eventos
Carnaval: União da Ilha empolga com o surfe
Bateria da escola mostrou belos arranjos e repiques; sambistas mostravam coesão

foto/divulgação: Mauro Vaz/PMF

Desfile da União da Ilha da Magia

Talvez alertada pelo último lugar no desfile de 2014, a União da Ilha veio numa empolgação só. Não se importou com a chuva – fraca mas constante, que deu poucas folgas – e se mostrou contagiante do começo ao fim.

 

Uma homenagem ao surfe e aos surfistas foi a proposta do Grêmio Recreativo e Cultural Escola de Samba União da Ilha da Magia para o Carnaval 2015, com o enredo “Adoradores do sol nas ondas da Ilha da Magia”. Fundada em 2008, a escola foi a quinta colocada no ano passado – com um enredo falando da Jamaica e de Bob Marley – depois de ter vencido os dois desfiles anteriores (2011 e 2012; em 2013, não houve desfile).

 

Desta vez, a escola preferiu ficar por aqui mesmo e enaltecer o surfe, que chegou a nossas praias, segundo o roteiro da União da Ilha, na década de 1970, “encontrando aqui a moldura perfeita, surgindo então um verdadeiro caso de amor, que fez com que Florianópolis ficasse conhecida como a cidade do surfe no Brasil, tornando-se um celeiro de grandes atletas e sediando etapas de campeonatos mundiais”.

 

O enredo fez “uma viagem desde suas origens milenares, mostrando que a arte de deslizar sobre as ondas inicialmente tinha sua prática ligada a cerimônias religiosas, seja no culto ao Sol no Peru ou na busca por harmonia e equilíbrio na Polinésia, até se tornar um estilo de vida e se popularizar mundialmente no século XX com seus símbolos, vocabulários, filmes, músicas e formas de vestir”.

 

Vou surfando pelas ondas e levando o meu sonhar

A maré a quebrar na areia

União da Ilha tem magia no olhar

O céu vai beijar o mar

 

Quando a escola fala em “adoradores do sol”, fala sério: os temas das alas do primeiro setor são todos reverenciando o “astro-rei”: Culto ao deus sol, Adoradores do sol, O portal do sol, Sacerdotes do sol, Tambores do sol, O povo do sol, Pescadores do sol e Dádivas do sol (a ala das baianas). A única diferença fica por conta do destaque no chão Simone Dias, cujo tema é Prosperidade e paz.

 

No segundo setor – O surf dos reis da Polinésia ao Havaí – o culto é à Natureza. O terceiro setor apresenta o “esporte dos deuses” já em sua fase globalizada.

 

A União da Ilha desfila com três alegorias: O portal do sol, O esporte dos deuses e O surfe e sua cultura encontram o cenário perfeito: Floripa! A bateria de Mestre Vitinho, com 138 componentes, se apresentou fantasiada com um tema sobre o festival de ano-novo no Havaí e desenvolveu algumas belas evoluções e repiques durante o desfile. Outros grandes destaques foram a Ala das Baianas, com suas 40 componentes, e a Ala das Crianças, com 50 integrantes.

 

A União da Ilha conseguiu mexer mais com o público do que sua antecessora, a Dascuia, mas a empolgação ainda estava deixando a desejar, pela contagem de guarda-chuvas que se agitavam nas arquibancadas.


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