26/01/2015 - SMS - Saúde
Florianópolis lança Rede Vida no Trabalho
Organização reunirá entidades para reduzir acidentes de trabalho na Capital

foto/divulgação: Arquivo/Edupercio Pratts

Acidentes de trabalhoi são responsáveis por 40% dos atendimentos nas UPAs

Pesquisa do Ministério da Saúde aponta que pelo menos 40% dos atendimentos de acidentes nas duas unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e na emergência do Hospital Celso Ramos, em Florianópolis, são decorrentes de acidentes de trabalho. Nos últimos 17 anos, houve um aumento de mortes por quedas de edifícios e andaimes. Mudar este cenário é a missão da Rede Vida no Trabalho, organização que será lançada no próximo dia 28, em parceria entre as secretarias municipal e estadual de Saúde e o Ministério Público do Trabalho.


O projeto deverá reunir outras entidades, direta ou indiretamente ligadas ao tema, com o objetivo de educar e conscientizar tanto trabalhadores quanto empregadores sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho. Além da divulgação dos resultados de pesquisas, as ações da rede devem motivar alternativas para ações e campanhas de conscientização. A meta é tirar Florianópolis do topo dos rankings negativos sobre o tema e torná-la exemplo de ações integradas para a redução dos agravos fatais e graves até 2020.


“Apesar de sermos a capital com melhor colocação no ranking do IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano dos Municípios), apresentamos sérios problemas de acidentes e de doenças relacionadas ao trabalho. Esse quadro precisa ser revertido”, afirma Leandro Pereira Garcia, diretor de Vigilância em Saúde de Florianópolis.


Outra missão da Rede Vida no Trabalho é cruzar dados e aumentar a confiabilidade dos números. De acordo com o secretário executivo da organização, representante do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador de Santa Catarina, Maurício Silva, as informações historicamente divulgadas sobre o tema não levam em consideração o mercado de trabalho informal nem os acidentes ocorridos com servidores públicos ou autônomos, por exemplo, pois o INSS só registra acidentes de quem paga Seguro Acidente de Trabalho.


A rede deverá atuar na reunião das informações do INSS, do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), entre outros, para oferecer uma “inteligência” no planejamento de ações.


Números


A tarefa de estancar os números negativos não será fácil. Em Santa Catarina, dados do INSS apontam um índice 48% superior à média nacional nos afastamentos temporários do trabalho entre 2005 e 2011. Além disso, segundo o IBGE, Santa Catarina ocupa o 1º lugar no ranking nacional do trabalho infantil, na faixa etária de 10 a 17 anos.


Algumas doenças relacionadas a atividades econômicas predominantes em Florianópolis, como o setor de serviços, são as lesões por esforços repetitivos e os transtornos mentais relacionados ao trabalho. O setor de Saúde, amplamente difundido no município, por sua vez, é responsável por muitos acidentes com risco biológico, como a transmissão do HIV e das Hepatites B e C.


Quanto aos acidentes de trabalho fatais, nos últimos 17 anos houve em Florianópolis um aumento de mortes por quedas de edifícios e andaimes. Somente no período de 2009 a 2013, as quedas totalizaram 54% dos acidentes de trabalho fatais. Em Santa Catarina, elas representaram apenas 21% do total.


Serviço:


Lançamento da Rede Vida no Trabalho

Dia 28 de janeiro de 2015, às 14h

Auditório da OAB (Rua Paschoal Apóstolo Pítsica, 4860, ao lado da Polícia Federal)