A assinatura das demarcações de fazendas marinhas em Santa Catarina, realizada nesta quarta-feira (16), durante a 16ª Fenaostra, trouxe boas expectativas aos maricultores da Capital. Após quase duas décadas de espera pela regularização, agora os produtores poderão contar com a concessão dos lotes pelos próximos 20 anos.
Ademir Dario dos Santos passou grande parte de seus 60 anos trabalhando com a maricultura no Sul da Ilha e dependendo do trabalho como principal renda. O produtor foi um dos pioneiros no Ribeirão da Ilha e já trabalha na área há 22 anos. “Essa conquista era esperada há 20 anos por nós maricultores. Esse é um verdadeiro sonho realizado, ter a valorização que o nosso esforço merece, a regularização do nosso trabalho”, disse.
Ademir, a esposa e os três filhos trabalham com a maricultura e veem como um grande avanço a padronização através demarcação com bóias, a linha de navegação e o serviço de inspeção. “Sabemos que os produtores terão que se adaptar às novas regras, mas os clientes esperam um produto de qualidade e queremos oferecer o melhor, será um benefício para ambas as partes”, explicou.
Com a licença ambiental e a concessão de uso das áreas, o produtor terá acesso também a crédito no banco para investir na sua propriedade e investir em mecanização do cultivo e na contratação de funcionários. Para Nilton Cesar Kretzer, engenheiro agrônomo e maricultor há quatro anos no Ribeirão da Ilha, a novidade traz segurança jurídica e econômica.
“Agora será possível desenvolver uma cadeia produtiva através da readequação da atividade. Poder programar a produção e ter a certeza do que vamos plantar e vender será uma das grandes vantagens”, disse.
Santa Catarina é responsável por 95% da maricultura no Brasil e Florianópolis é considerada a maior produtora de ostras do país. Com a medida, mais de 700 famílias serão beneficiadas e a expectativa é de que a regulamentação das fazendas, que será finalizada em até 180 dias, gere um aumento na produção de 20% a 30%.
