Secretaria Municipal de Educação

08/06/2011 - Educação
Deficientes debatem educação inclusiva em seminário
Samuel Sestaro, que possui síndrome de down e Michelle Jacinto, deficiente visual contam como driblaram preconceitos.

foto/divulgação: Ricardo Medeiros

Michelle e a avó Dagmar Jacinto.

O Seminário de Educação Inclusiva, promovido pela Secretaria de Educação de Florianópolis, teve na quarta-feira (08/06) a mesa redonda “Pais e filhos: trajetória escolar de pessoas com deficiência e a participação da família”.  O design de moda, de Santos (SP), Samuel Sestaro, de 21 anos, esteve presente no debate. Ele, que possui síndrome de down, falou no evento acompanhado da mãe Vilma de Carvalho.

 

Samuel, que sempre estudou em escolas regulares, foi o primeiro jovem de Santos, com síndrome de down, a fazer vestibular. A mãe teve papel importante nessa trajetória. Vilma que é formada em direito, fez o mesmo curso do filho para acompanhá-lo.

 

O jovem já fez palestras, sobre educação inclusiva, em vários locais do país, como em Brasília, Recife e Santos e participa da campanha “Acessibilidade, siga essa idéia”. “Meu maior sonho é trabalhar com produção de eventos no exterior”, revela.

 

Atualmente Sestaro trabalha na Prefeitura de Santos, no setor de cerimonial. Além disso, é modelo, ator de teatro, faz aulas de violão, de inglês e está aprendendo a dirigir, provando que tem uma vida normal.

 

Outra presença importante no debate foi de Michelle Jacinto, de 17 anos. A estudante do ensino médio, que é deficiente visual, foi acompanhada da avó, Dagmar Jacinto. Durante o seminário, Dagmar contou que a neta já sofreu preconceito numa escola estadual, em Florianópolis. “Eu só consegui que a Michelle entrasse no ensino regular com o auxílio do Ministério Público de Santa Catarina. A direção do estabelecimento não queria aceitá-la como aluna no ensino fundamental, em 2001”.

Michelle recorda: “Tive até uma professora de educação física que se negava a me dar aula. Ela não sabia fazer inclusão".

 

A jovem resolveu sair da instituição e participou de um sorteio no Colégio de Aplicação, da UFSC, no qual foi contemplada e estuda atualmente.

 

Não há nada que impeça Michelle de ir em busca de seus sonhos. Ela prestará vestibular para geografia, na UFSC e também pretende fazer doutorado na área.

 

Demais palestras


Amanhã, dia 9, a doutoranda pela USP e sócia fundadora da Associação Educacional para Múltipla Deficiência, Shirley Rodrigues, fará a palestra “Deficiência Múltipla e Surdocegueira: o acesso ao conhecimento na sala de aula regular”.

 

Outra palestra importante será “Rompendo barreiras atitudinais no contexto da educação inclusiva”, que ocorrerá na sexta-feira, dia 10, com Adriano Henrique Nuernberg, graduado em psicologia pela UFSC. Na apresentação será discutida práticas para que a sociedade perca preconceitos relativos às pessoas com deficiência.

 

Ainda na sexta-feira a pedagoga Maria Terezinha da Consolação vai falar sobre  “A construção do projeto político pedagógico na escola da multipliscidade”. Para a pedagoga, “quando a escola entende que as diferenças existem e começa a trabalhar com elas, as mudanças ocorrem contemplando as demandas de todos e não apenas das pessoas com deficiência e outros alunos da educação especial. Esta é a forma efetiva de fazer acontecer o princípio democrático da educação com qualidade, que só se garante, quando a instituição escolar se especializa em todos os alunos e não em alguns deles”.


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