Secretaria Municipal de Educação

22/06/2012 - Educação
Pequenos “Michelangelos” no NEI Vargem Grande
Artista é inspiração para crianças de três a seis anos aprenderem sobre história e arte

foto/divulgação:

O Núcleo de Educação Infantil Vargem Grande, vinculado à Escola Básica Municipal Albertina Madalena Dias, vem resgatando as artes plásticas com as crianças de três a seis anos, através das obras de Michelangelo. A proposta é despertar a sensibilidade dos pequenos e levá-las ao encontro da representação da figura humana, característica traduzida nos trabalhos do pintor e escultor italiano.

 

 

Para a professora da turma, Maria das Neves Linhares, é nesta faixa etária que eles começam a ter necessidade de se expressar e recriar o que observam sob sua própria perspectiva.  É uma oportunidade de estreitar a relação das crianças com a história e ao mesmo tempo estimular a criatividade, reinventando o que já está feito

 

O projeto “Uma Janela para as Artes”, como é intitulado, desenvolveu-se a partir das atividades de literatura, que trouxeram para sala de aula os assuntos pintura e arte. “Com o interesse das crianças, eu e a professora Ana Maria Dias, entendemos que era necessário ampliar o tema e transformá-lo em uma iniciativa paralela”, ressaltou Maria das Neves.            

 

 

  • A arte se renova

 

 

A professora Neves iniciou o projeto apresentando a trajetória e a vida de Michelangelo com uma contação de história feita por ela. As crianças ainda assistiram ao filme “Agonia e Êxtase” que retrata os passos do pintor ao produzir as diversas figuras da Capela Sistina, no Vaticano, sua maior e mais conhecida obra.

 

 

 

As aulas ganharam um contexto interdisciplinar para que os meninos e meninas se envolvessem em pesquisas sobre a história da arte e do pintor. Com o auxilio da bibliotecária da unidade, Ana Lúcia da Silva, eles conheceram, em livros, alguns dos trabalhos do italiano, como “A Sagrada Família”, “A Criação de Adão” e “O Juízo Final”. Para a tarefa, receberam o apoio e a consultoria da professora de artes Tânia Ramires.

 

A partir deste momento, os pequenos passaram a vivenciar a experiência de fazer uma obra de arte. Primeiro, com ajuda de um retroprojetor, os alunos conceberam os esboços. Em seguida, misturaram as tintas, de modo artesanal, como na antiguidade. Por fim, deitadas, as crianças coloriram esses esboços fixados debaixo das mesas, para lembrar a posição de Michelangelo quando pintou o teto da Capela Sistina. Com a obra concluída, foi o momento de apreciá-la. “Acreditamos que a arte se faz nova em obras antigas, através deste trabalho”, afirma a professora Maria das Neves.

 

 

 

  • Sombras

 

 

Outra atividade feita pelas crianças é o Perfil de Sombras, onde elas desenham-se em painéis, que posteriormente enfeitam a unidade. Segundo a professora da turma, os alunos de outras classes passam pelos corredores com as cabeças erguidas, admirados com as figuras no teto, que remetem à Capela Sistina. “Reconhecer-se em imagens, desenhos, pinturas ou fotos é aprender mais sobre si, sobre os outros e sobre o mundo. É uma prática essencial para a construção da identidade”, destaca a docente.

 

 

 

Pais de alunos também tem ajudado. Todos tem dividido seu tempo para colaborarem com as aulas de alguma forma, seja ensinando pintura, incentivando os filhos em casa ou escrevendo relatos para serem compartilhados em sala, com as demais crianças. Até a mãe de um ex- aluno da professora Neves, Simone Dias de Azevedo, está participando do projeto.

 

 

Nas próximas semanas ela irá à unidade como voluntária para ensinar as crianças a esculpirem. “Sou voluntária há seis anos e é uma experiência única ensinar e aprender com estas crianças. Assim que Neves pediu meu auxilio, aceitei na hora”, afirma a escultora Simone.

 

Sandra Caladrini Coelho, mãe de Vitória, relata que é nítido o interesse da filha em aprender mais e mais, a partir do projeto.  Segundo ela, a filha faz de sua casa uma continuação do NEI, relatando as atividades desenvolvidas em classe, aplicando os conhecimentos adquiridos em sala e prosseguindo com as pesquisas. “Esta semana ela só falava em Michelangelo, queria que eu soletrasse e que pesquisássemos na internet. Tudo reflexo das aulas”. 

 

 

Ela ainda afirma estar contente com a continuidade dos projetos elaborados na turma da professora Neves. “A Vitória não vê a hora de ir estudar. É assim todo dia. O mesmo não acontece com meus outros dois filhos. Esse interesse da Vitória em adquirir conhecimento é fundamental e resultado de um bom trabalho”, destaca Sandra Coelho.

 

 

 

  • O mestre

 

 

Miguel Ângelo di Lodovico Buonarroti Simoni, ou Michelangelo, nasceu na cidade de Capresse, Itália, em 1475. Porém, o artista passou parte de sua infância e adolescência em Florença, cidade berço do Renascimento, período histórico da redescoberta e valorização das referências culturais e artísticas.

 

Como grande parte dos pintores e escultores da época, Michelangelo começou a carreira artística, sendo aprendiz de grandes mestres das artes. Entre os anos de 1508 e 1512 pintou o teto da Capela Sistina, no Vaticano. A pintura, feita no teto e paredes da igreja, representa passagens bíblicas e é o maior trabalho feito por ele. Depois, entre os anos de 1534 e 1541, pintou O Último Julgamento, na janela do altar da mesma igreja. Seis anos depois foi indicado como arquiteto oficial da Basílica de São Pedro, maior igreja cristã.

 

 

 

Morreu em 18 de fevereiro de 1564, aos 89 anos de idade na cidade de Roma. Até os dias de hoje é considerados um dos mais talentosos artistas plásticos de todos os tempos, junto com outros de sua época como, por exemplo, Leonardo da Vinci, Rafael Sanzio e Donatello.


galeria de imagens