05/09/2015 - Serviços
Na feira, orgânico sai pelo preço de convencional

Produtos são vendidos todos os sábados, no Terminal Urbano Cidade de Florianópolis

foto/divulgação: Martinho Ghizzo/PMF

Mesmo no feriadão, movimento foi grande

Produtos de qualidade com preço justo é o que oferece a Feira de Orgânicos Viva da Cidade. Todos os sábados, das 9 às 13 horas, no Terminal Urbano Cidade de Florianópolis. Na manhã deste sábado, a nutricionista Viviane Cunha Pacheco de Andrade, acompanhada do marido Nilton de Andrade Júnior, saiu do Estreito para comprar alimentos orgânicos no Centro.

 

“O preço é justo, pago aqui o mesmo valor que gastaria no supermercado por produtos que não são orgânicos”, garantiu. “É a segunda vez que venho, estou gostando bastante, inclusive por estimular, com a minha atitude, o comércio de produtos orgânicos, que são muito melhores para a saúde”, acrescentou.

Em geral, a nutricionista comprava produtos orgânicos nos supermercados ou feiras como Mercado São Jorge. Agora tem essa alternativa bem mais em conta no Centro que, na sua opinião, é o melhor lugar, porque dá acesso a toda população. Ela torce que mais produtores cheguem à feira para aumentar a variedade de frutas. “A variedade e a qualidade das verduras é muito boa, esses produtos têm sabor de comida de verdade.”

“Isso é o que a cidade estava necessitando”, foi a avaliação mais ouvida por Eliane Haschel Junckes sobre a feira de orgânicos. Há oito anos, ela produz orgânicos certificados pela Ecocert em Antônio Carlos. Fornecia a produção para a Chácara Beija-flor, mas desde que percebeu a feira, decidiu “fazer a entrega direto da lavoura para o Centro de Florianópolis”.


Nunca havia feito feira antes. Neste sábado oferecia uma promoção de folhosas a R$ 1,50. Nas próximas semanas, pretende ampliar a variedade com pepino, abobrinha, berinjela e tomate, pelo menos. “Eu vim assim, de repente, mas estou muito contente com o resultado da feira”, comentou. A segunda avaliação mais ouvida por Eliane, aliás, é lamentar que a feira, por enquanto, seja apenas aos sábados.

Fidelização da clientela

Anderson Romão, produtor de Biguaçu, aponta a fidelidade de quem comparece à feira. “Todos os clientes têm voltado, já se vê uma fidelidade, por isso estamos trazendo coisas novas todos os sábados”, comentou. Ele também oferece produtos já limpos e processados como aipim descascado e embalagens de salada prontas para o consumo.

 

Desde sábado passado, por exemplo, Gidean de Souza traz uma garapeira para fornecer caldo de cana orgânico. O coletivo de Biguaçu tem em torno de 15 produtores orgânicos.

Novidades toda semana

Neste sábado, a barraca do grupo trouxe novidades como rabanete, gengibre, pimenta cambuci, alecrim, broto de rabanete. “São coisas que estamos colhendo e trazendo. Semana que vem já vai ter batata doce roxa e amarela”, garantiu Romão. Dali para a frente, sempre mais variedade, porque, nesse ciclo curto de comercialização, que é o mais apropriado para uma alimentação saudável, os produtores rurais conseguem organizar o cultivo e trazer novidades para o cliente.

 

A batata doce na variedade roxa, disse o produtor, foi desenvolvida pela Epagri, é rica em betacaroteno e está quase pronta para colher.

 

Paulo Roberto Souza manda sua produção desde a primeira feira, mas neste sábado compareceu pessoalmente pela segunda vez, com a oferta de rabanete, cenoura, espinafre, salsão, manjericão. “As pessoas perguntam muito sobre o processo de produção, se é sem agrotóxico mesmo, isso é muito legal, a gente aprende muito.” Ele produz orgânicos há seis anos em Alto Biguaçu e é certificado pela Ecovida. “Está tudo em dia”, mostra ele, quando o cliente se interessa pela procedência dos alimentos.

Melhor expectativa


Reguinald Melcher, produtor de São Bonifácio que às quartas também faz feira na UFSC e é parceiro do Box 721, o box de orgânicos do Ceasa, está no Viva a Cidade desde a primeira edição, em 15 de agosto. Sua expectativa é de que o próximo sábado seja de grande movimento, para isso vai reforçar o estoque, incluindo as laranjas de umbigo que tem caído no gosto da clientela.

 

Sábado passado era o último do mês, quando o movimento naturalmente é mais fraco. Neste, por ser feriadão, muita gente viajou. Ainda assim, o movimento foi muito bom.

 

A cliente Marlene Gomes esteve na Feira de Orgânicos Viva a Cidade pela primeira vez. Ficou sabendo por acaso, porque uma vizinha comentou e, como só usa orgânicos, veio ver.  “É a primeira vez que estou aqui e fiquei muito satisfeita, porque os preços estão bons, há grande diferença em relação aos supermercados e tem uma variedade incrível, tanto de verduras como legumes. Um pé de alface custa quase R$ 6 no supermercado e aqui está  por R$ 1,50, então está muito bom”, afirmou.

 

Como mora próximo, vai voltar. Antes, era uma correria para saber onde achar produtos orgânicos. Agora, vai adotar a feira aos sábados.


arquivos para download