Quase 1,5 mil pessoas passaram de casa em casa em 17 bairros da Capital
As Forças Armadas entraram, neste sábado (13), num verdadeiro combate aos focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. Quase 1,5 mil pessoas, entre soldados, voluntários e agentes de saúde fizeram uma varredura em pelo menos 17 bairros do Continente e da Ilha. A mobilização envolveu Prefeitura, Governo do Estado e Federal, Exército, Marinha e Aeronáutica.
A abertura da Mobilização Nacional de Esclarecimento sobre o Aedes aegypti ocorreu no Parque de Coqueiros, com a presença do governador Raimundo Colombo e da presidente da Caixa Econômica Federal, Miriam Belchior, representando o Governo Federal. "Santa Catarina tem um histórico de mobilização e de solidariedade. Estamos atuando em três pilares: o de mobilização, organização e conscientização da população", disse o governador.
Para o secretário de Saúde de Florianópolis, Daniel Moutinho Junior, que representou o prefeito Cesar Souza Junior no ato, a mobilização deste sábado deve ser lembrada diariamente pela população, para que a eliminação dos criadouros do mosquito seja constante.
"Temos a responsabilidade de acompanhar a luta do Estado e de todo o país para manter a nossa região livre de uma epidemia. A saúde não pode estar sozinha nesse enfrentamento, precisamos que as pessoas entendam que são as grandes combatentes do mosquito", afirmou Moutinho Junior.
O coordenador regional das Forças Armadas na ação contra o Aedes aegypti, Richard Fernandes Nunes, contou que quatro mil soldados estão atuando em 34 municípios catarinenses e que as próximas ações serão de apoio na área da educação. "A presença dos soldados empresta credibilidade aos agentes e facilita a abertura das portas das casas para as ações de limpeza e conscientização", falou.
Na Ilha, a ação é mais de conscientização e panfletagem. Já na área continental, é feita fiscalização e limpeza de criadouros de larvas. A expectativa era de que entre 10 mil a 15 mil imóveis seriam visitados neste único dia nos bairros Rio Tavares, Campeche, Ribeirão, Tapera, Carianos, Ingleses, Rio Vermelho, Centro (Beira Mar), Capoeiras, Coloninha, Estreito, Jardim Atlântico, Canto, Balneário, Coqueiros, Abraão e Monte Cristo.
Números
Embora não tenha registrado casos autóctones dessas doenças até o presente momento, Florianópolis encontra-se especialmente vulnerável, seja pela grande e crescente quantidade de focos, seja pelo aumento de pessoas infectadas nos primeiros meses do ano (moradores viajando ou turistas vindos de áreas de transmissão).
“O histórico da dengue em todo o país nos mostra que o poder público, sozinho, não é capaz de afastar a epidemia. A população também é responsável por eliminar os focos do mosquito”, afirmou o secretário Daniel Moutinho Junior.
A capital catarinense segue sem registros de contaminação de dengue, zika ou chikungunya dentro do próprio território. Como Florianópolis não é área de transmissão dessas doenças, não se justifica nenhuma ação restritiva à gestação no momento. O Município está atuando em uma grande sensibilização dos serviços de saúde para que identifiquem e notifiquem imediatamente qualquer caso suspeito, o que tem sido monitorado de perto pela Vigilância Epidemiológica.
Em Florianópolis, foram registrados 254 focos em 2015, sendo 83% na Região Continental. Em 2016 já foram identificados 42 focos, dos quais 41 estão no Continente. Foram confirmados sete casos de dengue em 2016, todos contraídos fora do município, e outros 117 estão em investigação. A Capital tem um caso confirmado de zika, também contraído fora, 17 em investigação, e outros nove sendo analisados para chikungunya.
Histórico
Desde o verão passado, quando Itajaí registrou os primeiros casos autóctones da doença, Florianópolis criou o Programa de Combate à Dengue. Já a sala de situação municipal, envolvendo as principais secretarias da Prefeitura de Florianópolis, a Comcap e outras entidades parceiras, foi instalada em outubro de 2015, três meses antes da determinação do Ministério da Saúde.
Entre tratamento em áreas de foco e denúncias encaminhadas à Ouvidoria, a Prefeitura de Florianópolis atende a mais de 30 mil imóveis por mês. Vinte mil deles são decorrentes dos trabalhos de tratamento em áreas de focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya.
A este número, que cresce a cada dia, somam-se as denúncias feitas à Ouvidoria, pelas redes sociais, além dos chamados pontos estratégicos (floriculturas, cemitérios, borracharias e ferros-velhos, entre outros), os pontos onde há armadilhas para o vetor e as visitas a locais onde são detectados casos suspeitos da doença.
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