Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano

16/07/2015 - Consumidor
Prefeitura quer incentivar venda de orgânicos
Terminal Cidade de Florianópolis deverá abrigar feira do segmento

foto/divulgação: arq

Feiras especializadas deverão ocorrer por várias regiões da capital

O prefeito Cesar Souza Junior deu sinal verde à ideia de aproveitar o espaço temporariamente ocupado pelas peixarias no Terminal Cidade de Florianópolis para implantação de uma Feira de Produtos Orgânicos. Com a inauguração da nova ala sul do Mercado Público, a venda de pescados e frutos do mar voltará àquela unidade. A informação foi dada nesta quinta-feira (16) pelo secretário da SESP, Aldo Martins.

Na última terça-feira, ele participou de uma reunião com representantes da Comcap, CDL e Ministério da Agricultura para discutir as formas de incentivar a produção e comercialização de produtos orgânicos (sem agrotóxicos) em Florianópolis. A ideia, segundo o secretário, é aumentar o número de feiras voltadas a este segmento, reduzindo a distância entre o produtor e o consumidor final. “Com mais locais de venda, aumenta o interesse em produzir, e com maior oferta a tendência é de haver uma redução de preços”, acredita o titular da SESP. 

Viva a Cidade terá orgânicos

O projeto Viva a Cidade, no Centro da Capital, pode passar a contar, a partir de agosto, com a venda de produtos orgânicos. Em reunião na CDL de Florianópolis na manhã desta terça-feira (14), representantes do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) explicaram o processo de certificação de produtos sem agrotóxicos, ambiental e socialmente adequados. Até o final deste mês, nova reunião incluirá os produtores orgânicos interessados em comercializar na feira que ocorre aos sábados.
 
“O projeto Viva a Cidade tem o compromisso de revitalizar a ala leste da Praça XV, devolvendo a saúde financeira e valorizando as expressões culturais naquelas ruas e espaços”, disse Martins sobre o projeto da PMF em parceria com a CDL. Implantar a comercialização de orgânicos ali seria o pontapé inicial para esse projeto que pretende estimular tanto a agricultura urbana como a produção e comercialização de produtos orgânicos.


Produtores aprovam


Entre os representantes dos produtores, Glaico José Sell, engenheiro agrônomo, do Instituto Eco e produtor em Paulo Lopes, e Giovana Cristina Voigt, da Yanti Produtos Orgânicos, aprovaram a ideia do novo espaço de comercialização e garantiram que há pessoas interessadas e com capacidade de atender a demanda por alimentos de qualidade.

Marius Bagnati lembrou que no passado a Comcap introduziu os cestões do povo (mais tarde Direto do Campo) na cidade. “Trabalhamos na época para criar uma alternativa de abastecimento popular e introduzir um regulador de preços dos hortifrutigranjeiros no mercado”, observou. A mesma ideia agora é “ampliar e aproximar a oferta de orgânicos para ajudar a baixar o custo e proporcionar o acesso de mais pessoas a uma alimentação de qualidade”.

No bom caminho

Eduardo A R Amaral, da Superintendência Federal de Agricultura, depois de explicar os diferentes processos de certificação de orgânicos que existem no Brasil, colocou-se à disposição para ajudar a articular o treinamento de pessoas no município, em parceria com a Epagri, possivelmente. Tanto para organizar a experiência em feiras quanto a produção.  

Ele apontou referências positivas como as da Associação de Agricultores Biológicos do Estado do Rio Janeiro ou da Rede Ecovida no Sul e Sudeste. “Essa visão agroecológica da Prefeitura Municipal de Florianópolis vai por um bom caminho”, estimou. Segundo Amaral, estão em discussão no Mapa questões relacionadas ao uso de composto na produção orgânica. Ele também apontou que ainda não há registro para produtores urbanos ou periurbanos, em razão das exigências do Pronaf para classificação da produção agrícola.
Produção de composto de qualidade

“A Comcap está determinada a ser uma indutora desse novo modelo de alimentação saudável em Florianópolis”, assegurou Bagnati. Até porque, pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, o município precisa aumentar a escala de recuperação de resíduos orgânicos. “Temos de conhecer e estimular as experiências que já existem e implantar novas formas de coleta seletiva diferenciada de material orgânico para, com a origem comprovada, produzir composto de qualidade que possa ser usado em hortas urbanas”, resumiu.


(Texto base produzido por Adriana Baldissarelli/Comcap)