Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes
Nesta segunda-feira (18), o Secretário de Educação da Capital Catarinense Rodolfo Pinto da Luz esteve com a Ministra de Relações Institucionais da Presidência da República Ideli Salvatti. Pinto da Luz pediu apoio para que o Governo Federal, por meio dos Correios, lance um selo comemorativo aos 150 anos de nascimento deCruz e Sousa. O Secretário levou até uma sugestão de selo, que além da figura do poeta, possui uma foto de Florianópolis do século 19.
A Ministra disse que vai se empenhar para que o poeta simbolista receba esta homenagem. “Cruze Sousa merece muito mais”, observou Ideli Salvatti, na sede central dos Correios de Santa Catarina, localizada em São José, município vizinho a Florianópolis. ´
Uma solicitação oficial, para viabilizar o selo, também será encaminhada ao Ministro das Comunicações Paulo Bernardo Silva. Cruz e Sousa nasceu em 24 de novembro de 1861, na capital catarinense, então chamada de Nossa Senhora do Desterro.
Pinto da Luz integra o Grupo Articulador das Comemorações do Sesquicentenário de um dos vanguardistas da Literatura Brasileira. Para o Secretário de Educação, “a valorização de um escritor como Cruz e Sousa, referência literária nacional e internacional, reconhecido pela dimensão poética de sua obra, exige uma comemoração que marque o seu nascimento”.
Poeta do Simbolismo
Cruz e Sousa nasceu João da Cruz. Filho dos negros alforriados Guilherme da Cruze Carolina Eva Conceição, desde pequeno a educação da criança ficousob a responsabilidade do ex-senhor da família, Marechal Guilherme Xavier de Sousa, e da esposa Clarinda Fagundes Xavier de Sousa. O casal, que não tinha filhos, além de cuidar de João da Cruz, deu o sobrenome a ele.
Em 1881, Cruz e Sousa já comandava o Jornal Tribuna Popular, combatendo aescravidão e o preconceito racial. Dois anos depois, foi recusado com o promotor da cidade de Laguna, justamente por ser negro.
Cruz e Sousa aprendeu francês, latim e grego, bem como se dedicou à matemática e ciências naturais. O primeiro livro do poeta foi lançado em 1885, Tropos e Fantasias, em parceria com Virgílio Várzea. Em fevereiro de 1893 publica Missal e no mesmo ano, em agosto, é a vez de Broquéis, que dá início ao Simbolismo no Brasil, movimento literário que se estende até 1922.
Cruz e Sousa casou-se com Gavita Gonçalves, também negra, com quem teve quatro filhos, mortos por tuberculose. O poeta faleceu em 19 de março de 1898 no município de Antônio Carlos, Minas Gerais, igualmente vítima da tuberculose.
O corpo do escritor foi transportado para o Rio de Janeiro num vagão para cavalos. No Cemitério de São Francisco Xavier, foi sepultado por seus amigos, dentre os quais José do Patrocínio, um dos destaques dos movimentos abolicionista e republicano. No Rio de Janeiro ficou até 2007, quando teve seus restos mortais acolhidos no Museu Histórico de Santa Catarina - Palácio Cruz e Sousa, no coração de Florianópolis.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Secretaria Municipal de Educação