Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes

21/11/2011 - Cultura
Parceria vai revitalizar escola em Florianópolis
Prefeito Dário Berger assinou esta manhã termo de parceria com a empresa AkzoNobel para pintura da escola Silveira de Souza, unidade estadual cedida à Secretaria Municipal de Educação.

foto/divulgação:

Prefeito Dário Berger e Superintendente da Fundação Franklin Cascaes, Rodolfo Joaquim Pinto da Luz, comemoram a parceria com a empreza AkzoNobel e outros apoiadores

Uma parceria entre poder público e a iniciativa privada vai recuperar um dos mais antigos grupos escolares de Santa Catarina. Nesta segunda-feira (21/11), a Prefeitura de Florianópolis formalizou convênio com a empresa Akzonobel – fabricante das Tintas Coral – para pintura da Escola Básica Silveira de Souza, na região central. “Não podemos como agentes públicos deixar uma escola fechada ou sem atividade. Por isso, essa cerimônia é sublime e importante para o futuro da cidade, porque depende da comunhão de esforços”, destacou o prefeito Dário Berger, parabenizando as instituições parceiras.

 

O projeto de revitalização será realizado na primeira quinzena de dezembro, contando também com o apoio da Capitania dos Portos de Santa Catarina, Escola de Aprendizes Marinheiros, empresa Blocaus, Ipuf e Floram. Os trabalhos de recuperação ambiental e visual, assim como a proposta educacional para ocupação do espaço, estão sob coordenação da Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes (FCFFC) e Secretaria Municipal de Educação (SME), que atualmente administra o imóvel cedido pelo Governo do Estado.

 

A parceria com a fabricante das Tintas Coral começou a ser construída há quatro meses, quando a cidade recebeu o Projeto Tudo de Cor para Florianópolis, que renovou as fachadas de imóveis do Mercado Público, Largo do Mercado e Ribeirão da Ilha. “A ideia da Akzo e da Coral é trazer cor para as cidades. E fazer isso em um espaço que vai ser escola de música nos encanta”, comentou o representante da empresa Akzonobel, Antônio Augusto do Nascimento, revelando o nome da tinta que será usada: “Tarde em Paris”.

 

Mãos à obra

 

Para renovar a fachada do prédio e áreas externas, o projeto contará com a ajuda de 55 militares da Capitania dos Portos e Escola de Aprendizes Marinheiros de Santa Catarina, que já estão sendo treinados para atuar na pintura das paredes do prédio histórico. A atividade integra uma ação cívico-social realizada pelas duas organizações militares dentro das comemorações da Semana da Marinha e do Dia do Marinheiro, celebrado em 3 de dezembro. “Enquanto pudermos ocupar crianças e adultos com coisas boas, teremos prazer em ajudar”, disse o Capitão-de-Fragata Luís Filipe Rabello Freire, comandante da Escola de Aprendizes Marinheiros de Santa Catarina.

 

“Queremos estar com vocês no projeto da Escola de Música para mostrar que tudo é possível quando se corre atrás de um sonho, observou a engenheira ambiental e civil Bernadete Batalha Batista, representando a Blocaus Pré-fabricados. A empresa vai doar os blocos ecológicos, feitos com cascas de ostras e mariscos, que serão usados na pavimentação do pátio da escola. O material é similar ao modelo utilizado na reforma do calçadão da Avenida Beira-mar Norte. 

 

A orientação em relação às cores das tintas que serão utilizadas na pintura do prédio, tombado como patrimônio histórico, está a cargo do Ipuf, que já realizou trabalho semelhante em relação aos casarios beneficiados pelo Projeto Tudo de Cor para Florianópolis. Já a Floram ficará responsável pela doação de plantas ornamentais e pelo processo de paisagismo dos pátios e canteiros externos. “Quem ganha com essas parcerias não é só a educação, mas também a cultura e toda a cidade”, destacou o Superintendente da Fundação Franklin Cascaes, Rodolfo Joaquim Pinto da Luz, que é também Secretário Municipal de Educação.

 

Educação musical e cidadã

 

Depois da revitalização visual, a Escola Básica Silveira de Souza deverá passar por um processo de humanização, com a introdução gradativa de atividades culturais. Atualmente, no local são realizadas oficinas de flauta doce com alunos de 7 a 12 anos e da Educação de Jovens e Adultos (EJA/SME), além de aulas de piano. O espaço também vem sendo usado para ensaios do Coral da Rede Municipal e de orquestras e grupos musicais da cidade, em situações especiais.

 

A meta é promover cursos gratuitos de música para jovens e adultos, por meio de um núcleo erudito e um popular, com material didático e instrumentos cedidos pelo Município. A unidade escolar vai abrigar aulas de musicalização infantil, com prática instrumental e de conjunto, teoria musical e canto coral. Algumas turmas começarão a funcionar a partir de 2012, com oficinas de percussão, piano, violão, cavaquinho, flauta transversal e acordeon. A proposta é implantar ainda uma biblioteca de referência na área de educação musical e um cineclube também voltado para a temática.

 

O projeto de revitalização da escola Silveira de Sousa tem como objetivo promover o ensino gratuito e de qualidade, despertando o interesse de crianças, jovens e adultos para o aprendizado musical. A proposta também busca contribuir para a formação do cidadão e para o desenvolvimento de habilidades, competências, sensibilidade e senso estético, incentivando a formação de ouvintes e plateias para concertos e apresentações musicais.

 

A iniciativa pretende ainda oferecer aos alunos da rede pública oportunidade para aprofundar os conhecimentos musicais básicos adquiridos no ensino fundamental, tendo em vista que Florianópolis foi uma das primeiras cidades do país a introduzir o ensino da música na grade curricular da rede municipal e dispõe de professores com formação qualificada nessa área.

 

Ensino de qualidade

 

A Escola Básica Silveira de Souza foi o quinto grupo escolar inaugurado em Santa Catarina e a segunda escola pública fundada pelo governador Vidal Ramos, em 28 setembro de 1913. O prédio, situado na Rua Alves de Brito, área central da cidade, é símbolo de uma época em que a proposta era oferecer educação gratuita e de qualidade para crianças e adolescentes.

 

O imponente prédio é composto por duas alas simétricas, onde havia uma seção masculina e outra feminina.  Segundo o Regulamento Interno dos Grupos Escolares, de 1914, cada edifício deveria ter, no mínimo, oito salões para cada uma das quatro classes das duas seções. Deveria ter ainda um gabinete para o diretor e outro para o museu escolar, um cômodo para a portaria, biblioteca, cozinha, banheiros e pátios arborizados – o local ainda abriga duas jaqueiras centenárias.

 

Entretanto, apesar de restaurada em 2004, a edificação funcionou como escola pública estadual somente até novembro de 2009, quando foi desativada e cedida ao Município, que destinou o espaço aos ensaios do Coral Municipal e à Educação de Jovens e Adultos, atendendo atualmente cerca de 150 alunos. O nome da escola é uma homenagem a João Silveira de Souza, nascido em 1924. Souza foi advogado, jornalista, poeta e político. Escreveu o livro de poemas Minhas Canções (1849) e é patrono da cadeira 18 da Academia Catarinense de Letras. Faleceu em 11 de Dezembro de 1906.

 


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