Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes

30/11/2011 - Cultura
Começa a revitalização da Escola Básica Silveira de Souza em Florianópolis
Projeto de revitalização teve primeira etapa deflagrada com apoio de militares da Marinha do Brasil envolvidos em mutirão de limpeza geral do prédio e preparação das paredes para a pintura

foto/divulgação:

Ajuda dos militares integra ação cívico-social alusiva à Semana da Marinha

Militares da Capitania dos Portos e Escola de Aprendizes Marinheiros de Santa Catarina iniciaram a primeira etapa do projeto de revitalização da Escola Básica Silveira de Souza, um dos mais antigos grupos escolares de Santa Catarina. Na tarde desta quarta-feira (30), o superintendente da Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes, Rodolfo Joaquim Pinto da Luz, esteve no local acompanhando os trabalhos de limpeza do imóvel e ficou muito satisfeito com o que viu. “Com a ajuda dos parceiros vamos oferecer mais atividades nas áreas de educação e cultura a partir de 2012. E quem ganha com isso é a população”, disse Pinto da Luz, que também é secretário municipal de Educação.

 

A renovação visual da escola é resultado da parceria entre a Prefeitura de Florianópolis e a empresa Akzonobel, fabricante das Tintas Coral, que está doando os produtos para pintar o imóvel, dentro do projeto Tudo de Cor para Florianópolis. Já a Marinha do Brasil fornece a mão-de-obra, envolvendo cerca de 50 voluntários na lavação e preparo das paredes do prédio, cedido ao Município pelo Governo do Estado. A segunda etapa de melhorias, abrangendo a pintura das fachadas, deve iniciar em janeiro ou fevereiro, tão logo sejam concluídas a limpeza da escola e os reparos do telhado.

 

O projeto inclui ainda a pavimentação do pátio com blocos ecológicos, feitos com cascas de ostras e mariscos, doados pela empresa Blocaus Pré-fabricados. O material é similar ao que foi utilizado na reforma do calçadão da Avenida Beira-mar Norte. Também apoiam a iniciativa o Ipuf e a Floram, responsáveis pela orientação em relação às cores e pelo processo de paisagismo dos pátios e canteiros externos. As melhorias devem estar prontas em março.

 

Educação musical e cidadania

 

Depois de revitalizada, a Escola Básica Silveira de Souza vai passar por um processo de humanização, com a introdução gradativa de atividades culturais. Atualmente, no local são realizadas aulas de piano e oficinas de flauta doce com alunos de 7 a 12 anos e com integrantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA/SME). O espaço também vem sendo usado para ensaios do Coral da Rede Municipal e de grupos musicais da cidade, em situações especiais.

 

A meta é promover cursos gratuitos de música para jovens e adultos, por meio de um núcleo erudito e um popular, com material didático e instrumentos cedidos pelo Município, contribuindo para o desenvolvimento de habilidades, competências, sensibilidade e senso estético, e incentivando a formação de ouvintes e plateias para concertos e apresentações musicais. A unidade escolar vai abrigar aulas de musicalização infantil, com prática instrumental e de conjunto, teoria musical e canto coral. Algumas turmas já começarão a funcionar a partir de 2012, com oficinas de percussão, piano, violão, cavaquinho, flauta transversal e acordeon. 

 

Ensino de qualidade

 

A Escola Básica Silveira de Souza foi o quinto grupo escolar inaugurado em Santa Catarina e a segunda escola pública fundada pelo governador Vidal Ramos, em 28 setembro de 1913. O prédio, situado na Rua Alves de Brito, área central da cidade, foi construído com o propósito de oferecer educação gratuita e de qualidade para crianças e adolescentes.

 

O imóvel é composto por duas alas simétricas, onde havia uma seção masculina e outra feminina.  Segundo o Regulamento Interno dos Grupos Escolares, de 1914, cada edifício deveria ter, no mínimo, oito salões para cada uma das quatro classes das duas seções. Deveria ter ainda um gabinete para o diretor e outro para o museu escolar, um cômodo para a portaria, biblioteca, cozinha, banheiros e pátios arborizados – o local abriga duas jaqueiras centenárias.

 

Apesar de ter sido restaurada em 2004, a unidade de ensino estadual funcionou somente até novembro de 2009, quando foi desativada e o imóvel cedido à Secretaria Municipal de Educação, que destinou o espaço aos ensaios do Coral Municipal e à Educação de Jovens e Adultos, atendendo atualmente cerca de 150 alunos. O nome da escola é uma homenagem a João Silveira de Souza, nascido em 1924. Souza foi advogado, jornalista, poeta e político. Escreveu o livro de poemas Minhas Canções (1849) e é patrono da cadeira 18 da Academia Catarinense de Letras. Faleceu em 11 de Dezembro de 1906.


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