Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes

23/04/2012 - Cultura
Dia do Choro leva grande público ao distrito de Santo Antônio de Lisboa
Primeira edição do evento promovido pelo Clube do Choro de Florianópolis, com apoio da Fundação Franklin Cascaes, foi um sucesso

foto/divulgação:

Evento encerrou ao ritmo de Carinhoso, composição de Pixinguinha

Cerca de 2mil pessoas prestigiaram as comemorações do Dia Municipal do Choro, no sábado (21), na Praça Roldão da Rocha Pires, em Santo Antônio de Lisboa. Chorões de todas as idades revezaram-se no palco durante cinco horas, relembrando clássicos de Jacob do Bandolim, Joaquim Callado, Chiquinha Gonzaga, Altamiro Carrillo, entre outros nomes da música popular brasileira.

 

Promovido pelo Clube do Choro de Florianópolis, o evento homenageou em especial os compositores Alfredo da Rocha Vianna Filho, o Pixinguinha, cuja data de nascimento é celebrada como Dia Nacional do Choro; e o maestro catarinense Aldo Krieger, um dos precursores do gênero musical em Santa Catarina. "Esperamos transformar esta praça no espaço oficial do choro em Florianópolis", disse o presidente do Clube do Choro da Capital, João Pontes.

 

Participaram das atividades os grupos Garapuvu, Nó na Madeira, Portal do Choro e No Meu Quintal, além dos músicos Rogério Piva, Thiago Larroyd e Wagner Segura. A promoção foi realizada com o patrocínio da Eletrosul Centrais Elétricas S.A e da Tractebel Energia S.A, e com apoio da Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes (FCFFC).

 

O Dia do Choro foi instituído no Brasil pela Lei nº 10.000/2000 em homenagem a Alfredo da Rocha Vianna Filho. Em Florianópolis, a homenagem é respaldada pela Lei nº 8.007/2009, que estabelece a data de nascimento de Pixinguinha, 23 de abril, como Dia Municipal do Choro, acatando proposição do vereador Márcio de Souza (PT). Como a data cairia numa segunda-feira, o evento comemorativo foi antecipado para o sábado, feriado de 21 de abril. A iniciativa teve como objetivo a valorização e divulgação da música instrumental brasileira e catarinense, dando visibilidade aos grupos e solistas da nova geração da MPB.

 

Ritmo com tempero brasileiro

 

Considerado o mais antigo gênero musical brasileiro, o choro ganhou força no país a partir da influência de melodias europeias como a polca, mazurca e valsa, mescladas com ritmos africanos como o lundu, que se popularizaram no século 18. Um dos responsáveis por dar a essa mistura um tempero bem brasileiro foi Alfredo da Rocha Vianna Filho, o Pixinguinha.

 

Nascido no Rio de Janeiro, em 23 de abril de 1897, Vianna Filho descobriu o talento para a música aos 12 anos, por influência do pai, um flautista respeitado. Considerado um dos maiores gênios da música popular brasileira e mundial, Pixinguinha foi compositor, arranjador, maestro e instrumentista, tendo atuado de forma decisiva para dar a música brasileira um novo rumo. O apelido que carregou por toda a vida surgiu da mistura de “Pizindim” – nome pelo qual era chamado carinhosamente pela avó africana Edwiges e que significava “menino bom” – com “bexiguinha”, apelido que ganhara depois de contrair varíola, doença também conhecida como bexiga. Pixinguinha faleceu aos 75 anos, em 17 de fevereiro de 1973.

 

Na atualidade, uma nova geração de chorões vem surgindo no Brasil, representada por Maurício Carrilho, Jorginho do Pandeiro, Yamandú Costa e Guilherme de Brito. Nesse contexto, Santa Catarina tornou-se referência na região sul com nomes como José Brasilício de Sousa, Aldo de Souza, Carlos Alberto Vieira, Aldo Krieger, Pedro Raymundo e Tião do Violão, e atualmente ganha destaque com jovens músicos e compositores como Wagner Segura, Geraldo Vargas, Chico Camargo e Rogério Piva, entre outros.

 

Homenageado

 

 Considerado um dos percussores da polca e do choro em Santa Catarina, Aldo Krieger nasceu em Brusque, em 5 de julho de 1903, Aldo Krieger  descobriu ainda jovem a paixão e o talento para a música. Paralelamente ao ofício de aprendiz de alfaiate, costumava frequentar serestas e exercitar os dons musicais com o violino que sempre carregava nas noites de boemia.

 

Junto com os irmãos, formou um conjunto que animava serestas e exibições de cinema mudo. Com múltiplos talentos, Aldo Krieger tocava bandoneon, violino, violão, clarinete e saxofone. Animava os carnavais de Brusque nas décadas de 20 e 30, integrando a Jazz-Band América. Na década de 1950, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde estudou no Conservatório Nacional de Canto Orfeônico, e conviveu com talentos como Villa Lobos. Foi instrumentista, compositor e maestro, tendo regido a Banda Musical de Concórdia e a Associação Coral de Florianópolis. Faleceu em 12 de outubro de 1972.

 

 

 

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