Secretaria Municipal de Saúde

28/12/2010 - Saúde
O controle do câncer em Florianópolis
Diagnosticada a tempo a doença tem tratamento

 

O câncer é a segunda causa de mortalidade em Florianópolis, com conseqüências de grande impacto tanto sociais, quanto no sistema de saúde. Desde 2006, a Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis vem investindo em ações para o controle deste grupo de doenças.

 

A principal causa de câncer é a fumaça do tabaco, e é por isso que em Florianópolis é proibido fumar em ambientes de uso coletivo desde novembro de 2009 através da Lei Municipal 8042 proposta pela Secretaria de Saúde e aprovada pela Câmara Municipal. Paralelamente, o SUS oferece o atendimento aos fumantes que querem deixar o cigarro em 39 Centros de Saúde.

 

   O Programa de saúde Bucal da Secretaria Municipal de saúde capacitou os dentistas da rede SUS para o diagnóstico precoce de lesões suspeitas de câncer de boca e distribui material informativo, segundo as recomendações da OMS para o controle do câncer oral.

 

   As equipes da Estratégia de Saúde da Família seguem as recomendações do Ministério da Saúde para o rastreamento de câncer de mama com mamografia e fazem o exame clínico de mamas. As Policlínicas Centro e Continente contam com mastologistas, que realizam a biópsia necessária em caso de suspeita de câncer de mama. Estes exames estão disponíveis no SUS pela parceria com a Associação Brasileira de Portadores de Câncer – AMUCC e o Programa de Saúde da Mulher.  O exame “preventivo” do câncer de colo de útero também é coletado em todos os Centros de Saúde, e os ginecologistas das Policlínicas tratam as lesões precursoras deste tipo de câncer.

 

   O câncer de pele, causado pela excessiva exposição ao sol sem proteção, também é alvo de ações pela Secretaria de Saúde de Florianópolis, com a aprovação da instalação dos medidores externos de radiação ultravioleta, que também informam a população sobre os cuidados para a prevenção do câncer da pele. As Policlínicas Municipais contam com dermatologistas e novos equipamentos para diagnóstico e tratamento das lesões cutâneas estão sendo adquiridos. Para proteger os trabalhadores da saúde expostos ao sol durante a jornada de trabalho, os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) de Florianópolis recebem chapéu, camiseta confeccionada com fator de proteção ultravioleta (FPU), além de protetor solar e labial para complementar a proteção. Informações sobre sinais e sintomas de câncer de pele estão em um folheto que acompanha o equipamento de proteção.

 

 Com estas ações e a intensa participação da mídia local (e até nacional) divulgando as informações sobre os cuidados associados ao IUV, Florianópolis é a cidade do Brasil onde as pessoas mais se protegem do sol, segundo o VIGITEL, o sistema de vigilância do Ministério da Saúde. Estas atitudes resultarão em menos câncer da pele no futuro.

 

A divulgação sobre “sinais e sintomas do câncer da infância” para os pediatras e a elaboração do fluxograma de encaminhamento dos pacientes com suspeita de câncer para o ambulatório de oncologia pediátrica do Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG) e para o CEPON, que funcionam como centro de apoio diagnóstico para as suspeitas diagnósticas de câncer na infância e adolescência, respectivamente, também são parte das estratégias de controle do câncer da Secretaria de Saúde de Florianópolis.

 

 Para oferecer diagnóstico mais ágil em caso de suspeitas de leucemias e linfomas a solução encontrada pela Secretarie de Saúde de Florianópolis foi parceria com o HEMOSC/FAHECE para a realização de biópsia e aspirados de medula óssea e encaminhamento dos casos confirmados ao CEPON.

 

 Também em cooperação técnica com o CEPON/FAHECE foi organizado um ambulatório para realização de exames para os pacientes com sinais e sintomas suspeitos de câncer de próstata no CEPON, com urologista cedido pela Secretaria Municipal de Saúde. Já para realizar os exames de colonoscopia nos casos de suspeita de câncer de intestino, a parceria está sendo realizada com o Imperial Hospital de Caridade que fará os referidos exames em um moderno colonoscópio adquirido pela Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis.

 

  E, finalmente, para mensurar a carga da doença câncer nas próximas décadas, a Secretaria e o CEPON/FAHECE estão organizando os dados para Registro de Câncer de  Base Populacional de Florianópolis que vai revelar a incidência e tendência temporal das neoplasias na população da Capital e será publicado e divulgado em 2011.

 

 O câncer são mais de 200 doenças, diversas entre si. As estratégias para o controle destas doenças dependem da integralidade do SUS nas ações da atenção primária (postos de saúde), atenção especializada (policlínicas) e de alta complexidade (hospitais de câncer) no dia-a-dia, em rede, com recursos adequados e profissionais capacitados para executarem cada uma das etapas nos diferentes pontos do Sistema Único de Saúde, objetivo que está sendo alcançado pelos esforços de todos envolvidos no controle do câncer em Florianópolis.

 

  Texto de autoria da médica oncologista da SMS Senen  Hauff